Dados do Trabalho
Título
Tromboembolismo pulmonar, insuficiência ventricular direita e trombos intracavitários: relato de caso
Fundamentação/Introdução
Introdução: Tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma condição comum e potencialmente grave, na qual sinais de choque ou instabilidade hemodinâmica indicam maior gravidade e portanto, maior benefício com a trombólise precoce, entretanto, pacientes com estabilidade devem ser avaliados quanto ao benefício desta terapia (Torbicki A. et al 2008).
Objetivos
Objetivo: Relatar um caso de TEP, com insuficiência ventricular direita e trombos intracavitários.
Delineamento e Métodos
Relato: Mulher, 42 anos, tabagista 20 maços/ano, obesidade, trombose venosa profunda (TVP), aos 25 e 39 anos, nega uso de contraceptivo hormonal. Refere tosse seca, dor ventilatório-dependente, dispneia aos pequenos esforços, edema de MMII e hemoptise, iniciados há 30 dias. Na admissão FC 115, FR 23, PA150x100mmHg, sat 89% aa, AC hiperfonese P2, AP crepitos basais, jugular túrgida, MMII quentes, boa perfusão, edema 1/4+ panturrilhas livres. AngioCT pulmonar: falha de preenchimento parcial em artéria pulmonar esquerda e ramos segmentares à direita. Iniciado enoxaparina. Ecocardiograma (EcoTT): ventrículo direito (VD) aumentado, trombo em via de saída (1x1,2cm) e outro no músculo papilar, TAPSE 1.3, retificação e movimento paradoxal do septo interventricular, PSAP 58 mmHg. Evolui com piora da dispnéia nos dias consecutivos, extremidades frias, FR 26, FC 136, sat 80% aa. D11: EcoTT mantém PSAP, aumento e piora da disfunção do VD. Optado por trombólise química, com alteplase 50mg em 4h. Nos dias seguintes, apresenta melhora gradual da perfusão periférica, taquicardia e taquipnéia. D18: alta da UTI, tolerando pequenos esforços. D19: EcoTT aumento do VD 48mm, porém melhora da PSAP 52mmHg e melhora da função sistólica do VD TAPSE 1,6. Doppler MMII, sem TVP. D29: alta hospitalar em uso de varfarina, O2 domiciliar, seguimento para investigação de trombofilias.
Resultados
Discussão: A associação de TEP e trombo no VD apresenta maior grau de disfunção VD, maior mortalidade em 14 e 90 dias, em relação aqueles sem trombo (Mollazadeh R, et al 2009; Torbicki A., et al 2003). A disfunção do VD no EcoTT foi associada ao pior desfecho e nestes pacientes a terapia fibrinolítica parece reduzir a mortalidade (Becattini, C. et al 2013; Coutance, G.et al 2011; Sanchez, O. et al 2013).
Conclusões/Considerações Finais
Conclusão: Pela literatura, a trombólise química reduz a mortalidade em casos de TEP com disfunção do VD, em nosso caso, a melhora clínica pós trombólise foi atribuída possivelmente ao efeito periférico vascular pulmonar, sem variação e nem migração de trombos intracavitários.
Palavras Chave
Embolia pulmonar, trombose, terapia trombolítica.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Hospital Tereza Ramos - SES - Santa Catarina - Brasil
Autores
MARCO AURELIO GOULART, MARCIO COSTA SILVEIRA DE ÁVILA, ALEXANDRE DAVID RIBEIRO, MARIANA RIBEIRO DOS REIS ARRUDA