16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA PRATICA DE AUTOMEDICAÇAO COM ANTI- INFLAMATORIOS EM UNIVERSITARIOS DE DIFERENTES AREAS

Fundamentação/Introdução

A automedicação ocorre quando há o uso de medicamentos por conta
própria ou por indicação de pessoas não habilitadas para algum problema de saúde em
geral. Esta atitude inadequada de se automedicar, tal como a prescrição errônea, pode
ter como consequência efeitos indesejáveis sobre a saúde, ser gatilho para outras
enfermidades, criar resistência contra patógenos e mascarar doenças evolutivas,
representando, portanto, um problema a ser prevenido.

Objetivos

Avaliar a incidência da prática de automedicação entre acadêmicos das
áreas da saúde e de humanidades de instituições de nível superior da cidade de Barretos-
SP, e analisar a eventual correlação entre a automedicação, seus efeitos colaterais e o
agravamento de outras enfermidades.

Delineamento e Métodos

Estudo prospectivo, observacional através de questionários aplicados aos
alunos de instituições de ensino superior da cidade de Barretos (SP), das áreas de
ciências biológicas (medicina e enfermagem) e humanas (direito e administração) em
fases inicial e final dos cursos.

Resultados

Dos 321 alunos participantes, sendo 209 (65,1%) do sexo feminino.
Automedicação foi observada em 311 (96,3%), sendo que 98,4% na área de biológicas e
93,3% humanas. A distribuição da automedicação em relação às etapas dos cursos foi
Administração 93,9% dos matriculados no primeiro ano e 100% no último ano; Direito
95,2% e 87,8% respectivamente; Enfermagem 95,8% e 100% e Medicina em 98,8% e
100% dos acadêmicos do último ano se automedicam. Dentre as medicações 231
(74,3%) informaram uso de anti-inflamatórios, e uso regular em 160 (69,2%), com
ocorrência de efeito colateral em 12,9% (náusea - 43,3%, queimação - 40%, dor
abdominal - 36,6%, azia - 33,3%). Destes indivíduos com efeitos colaterais aos anti-
inflamatórios, 56,7% deles se automedicavam para o alívio destes sintomas, utilizando
inibidor da bomba de prótons (76,4%), Bloqueador dos receptores H2 (23,5%),
Antiemético (17,6%), Antiespasmódico (17,6%), Antiácido (11,7%) e Analgésico
(11,7%), podendo haver respostas múltiplas.

Conclusões/Considerações finais

As medidas legais adotadas para coibir a comercialização de
medicamentos não tem se mostrado efetiva, visto a prática indiscriminada da
automedicação. Este estudo possibilita lançar, mais uma vez, luz sobre um problema
social e comportamental que põe em risco a população acadêmica, componente de uma
sociedade que, mesmo tendo acesso a informação adequada, utiliza-se de instrumentos
terapêuticos de forma arriscada e indevida.

Palavras Chave

Automedicação ; Anti-inflamatórios

Área

Clínica Médica

Autores

LAIS FIGUEIRA BANDOLI, LARISSA PREGNOLATTO LA GAMBA, JOAO LUIZ BRISOTTI