16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Bacteremia por Staphylococcus aureus sem endocardite: Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

A bacteremia por Staphylococcus aureus (BAC) consiste em uma enfermidade grave e com alta morbimortalidade, sendo a endocardite infecciosa (EI) uma de suas complicações mais graves.

Objetivos

Ilustrar a dificuldade de diferenciação clínica entre BAC simples e complicada em EI.

Delineamento e Métodos

Descrição do caso:

Resultados

Masculino, 44 anos, branco, procedente de São José do Rio Preto (SP). Encaminhado ao serviço terciário por dor em hipocôndrio direito, febre não aferida, astenia, vômitos e diminuição da acuidade visual bilateral há 5 dias. Antecedentes patológicos: diabetes mellitus de difícil controle, hipertensão arterial sistêmica e furunculose de repetição em couro cabeludo. Nega uso de drogas endovenosas. Admitido em bom estado geral, afebril, estável hemodinamicamente. Exame cardiopulmonar sem anormalidades. Abdome globoso, flácido e com hepatomegalia dolorosa (2 cm do rebordo costal direito). Nas extremidades, presença de lesões de Janeway. Joelho esquerdo com dor à mobilização e calor local. Manchas de Roth e nódulos de Osler ausentes. Hemograma com presença de leucocitose às custas de segmentados. Proteína C Reativa de 40,94 mg/dL (Valor de referência: < 0,5 mg/dL). Exame de Urina I sem leucocitúria. Fator reumatoide negativo. Exames de imagem (Tomografia computadorizada de crânio, tórax e abdome) evidenciaram embolizações múltiplas, com infartos pulmonares, renais, hepático e cerebral. Cultura de líquido sinovial e hemoculturas positivas para Sthapylococcus aureus, sendo as últimas negativas após dezenove dias de tratamento com Oxacilina. Realizado 1 ecocardiograma transtorácico (ETT) e 2 ecocardiogramas transesofágicos (ETE), com espaçamento de 14 dias entre os últimos, sem evidência de vegetações.

Conclusões/Considerações Finais

Não há consenso na literatura sobre a solicitação de ETE frente a ETT sem anormalidades sugestivas de EI. O relato acima reforça a importância desse algoritmo, uma vez que a presença de EI modifica o prognóstico e o plano terapêutico do tratamento da BAC, sendo que a diferenciação entre enfermidade complicada e não complicada pode ser, muitas vezes, difícil de ser determinada clinicamente.

Palavras Chave

Staphylococcus aureus; Bacteremia; Endocardite;

Área

Clínica Médica

Autores

GIOVANA MASSELLI RODRIGUES DA CUNHA, CYBELE CUNHA FARIA, KAROLINY LIMA LOPES DE SOUZA, JÚLIA DE ARRUDA CAMPOS FONSECA, ROMULO AUGUSTO DOS SANTOS