Dados do Trabalho
Título
Doença meningocócica invasiva rara após esplenectomia de urgência: um relato de caso.
Fundamentação/Introdução
A doença meningocócica invasiva ocorre principalmente em pacientes recém colonizados por cepa patogênica, suscetíveis à infecção. Na maioria das vezes as manifestações iniciais são clássicas de uma meningite. Porém, em 15 a 20% dos casos a doença evolui de forma rápida devido à septicemia meningocócica, apresentando-se com sinais e sintomas gerais e rápido aparecimento de choque, além de sinais de coagulação intravascular disseminada (CIVD). A letalidade chega a quase 50% a despeito do tratamento adequado. Dentre os fatores de risco para a meningococcemia está a asplenia. As chances de uma infecção fulminante chegam a ser 50 vezes maiores nesses indivíduos, ainda que haja adequada vacinação para proteção contra germes encapsulados conforme se preconiza. Ademais, o quadro clínico inicial pode ser ainda mais inespecífico nesses pacientes, com curto período de pródromos, sendo importante que o paciente busque atendimento precoce.
Objetivos
Relatar condição clínica rara na atualidade, mas de grande importância clínico epidemiológica em contextos específicos de saúde.
Delineamento e Métodos
Paciente feminina, 50 anos, com história de esplenectomia após trauma há 3 anos e relato de vacinação adequada. Encaminhada à emergência clínica de serviço terciário devido a choque circulatório, atribuído inicialmente à anafilaxia secundária a alisamento capilar feito há 3 dias da admissão. Relatava mialgia, astenia, febre, vômitos e diarreia há 3 dias, com rápido surgimento de placas purpúricas com áreas de necrose em face, com progressão para dorso e extremidades. Ao buscar atendimento inicial, identificada hipotensão e intensa vasoconstrição periférica com necessidade de drogas vasoativas. Apresentava- se consciente e orientada, sem evidências de irritação meníngea.
Resultados
Exames realizados evidenciavam múltiplas disfunções orgânicas além de marcadores laboratoriais preenchendo critérios de CIVD, que contraindicaram coleta do líquor. Apresentou hemoculturas negativas, mas biópsia de fragmento da pele com presença de cocos Gram negativos. A correlação dos dados clínicos e anatomopatológicos possibilitaram diagnóstico de meningococcemia. Paciente evoluiu a óbito após 22 dias de internação.
Conclusões/Considerações Finais
A educação de pacientes esplenectomizados aliada a alto grau de suspeição clínica é essencial para identificação e tratamento precoce de meningococcemia.
Palavras Chave
Meningococcemia; esplenectomia; asplenia.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil
Autores
BEATRIZ VILACIAN ALMEIDA, GEISON JOSÉ DO PRADO VENTURA, GABRIELLE LIMA ALVES REIS , RENATA ZORGETTI MANGANARO DE OLIVEIRA, FERNANDA QUEIROZ ARATANI