16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

HIPERALDOSTERONISMO ASSOCIADO A DOENÇA RENAL POLICÍSTICA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O hiperaldosteronismo primário (HP) decorre da produção excessiva e autônoma de aldosterona com supressão da atividade plasmática renina traduzida clinicamente por hipertensão arterial sistêmica (HAS) e hipocalemia. A doença renal policística (DRP) é uma desordem genética autossômica dominante caracterizada por cistos renais progressivos que podem ocasionar falência renal. Ambas doenças são causas de hipertensão secundária e há poucos casos de HP com DRP descritos na literatura.

Objetivos

Documentar um caso de HAS secundária por HP associado a DRP.

Delineamento e Métodos

Paciente do sexo masculino, 66 anos, foi ao pronto socorro com diarreia, fraqueza e pressão arterial de 230x120 mmHg. Havia relato de HAS há 21 anos com difícil controle no último ano mesmo em uso de Atenolol 50mg, Valsartana 320mg, Hidroclorotiazida 25mg e Clonidina 0,2mg, com história familiar de HAS. Exame físico sem outras alterações. Após alta, foi evidenciado hipocalemia (K 3,3mmol/L), prescrito espironolactona (25mg) e encaminhado para endocrinologista para investigação. Realizado investigação de HAS secundária: hiperaldosteronismo, feocromocitoma, função tireoidiana, HAS renovascular e doença parenquimatosa renal. Resultados evidenciaram potássio(K 4,0mmol/L pós correção) creatinina(1,66mg/dL), ureia(48mg/dL), aldosterona(23,2ng/dL), atividade plasmática de renina (APR) <0,14ng/mL/h. Tomografia computadorizada de adrenais sem contraste com leve espessamento não nodular bilateral. Teste da postura ereta com elevação de aldosterona (29,4 para 41,5ng/dL) sugestivo de hiperplasia.

Resultados

Diagnosticado com HP, otimizado dose de espironolactona e encaminhado para nefrologista por piora da função renal (cr 1,96 mg/dL). Ressonância de abdome e pelve sem contraste com múltiplos cistos corticais renais bilaterais maiores medindo 12,2 cm à direita e 10,2 cm à esquerda, sendo diagnosticado com DRP. Apresentou adequado controle pressórico com Valsartana (320mg), Atenolol (50mg) e Espironolactona (75mg) e Clonidina (0,2mg) além de estabilização da função renal (creatinina 1,8mg/dL) e K normal (4,5mmol/L).

Conclusões/Considerações Finais

As principais causas de HAS secundária devem ser investigadas de acordo com o quadro clínico e laboratorial do paciente. Embora menos frequentes, o HP e a DRP foram diagnosticados possibilitando o controle e redução da morbi-mortalidade. Importante pontuar que o HP contribui para a progressão dos cistos renais necessitando de intervenção terapêutica precoce.

Palavras Chave

Hipertensão secundária, Hiperaldosteronismo primário, Doença renal policística, Hipocalemia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Tiradentes de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

ANA CAROLINE GUSMAO DE MATOS, MELLYNE HENRIQUES GUERRA, FERNANDA DE CASTRO VASCONCELOS, CAMILA RICCI CALASANS, SUSAN SOARES DE CARVALHO