16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DE FATORES DE RISCO RELACIONADOS A SEVERIDADE DE COVID-19 EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2.

Fundamentação/Introdução

Durante a pandemia de COVID-19 foi observado que indivíduos com comorbidades prévias como doenças cardiovasculares, pulmonares e metabólicas, a exemplo do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), apresentavam maior risco de complicações quando infectados pelo novo coronavírus. Muitos desses pacientes evoluíam com pneumonia e agravavam com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), corroborando rapidamente para falência de múltiplos órgãos.

Objetivos

Avaliar fatores de risco relacionados à severidade de COVID-19 em pacientes portadores de DM2.

Delineamento e Métodos

Estudo observacional retrospectivo de caráter analítico, desenvolvido a partir de entrevista com pacientes com diagnóstico de DM2 e COVID-19, e análise de dados clínicos e laboratoriais prévios referentes às consultas ambulatoriais no Serviço de Endocrinologia e Metabologia de um Hospital de Referência na Região Norte. As hipóteses foram testadas segundo a natureza das variáveis considerando alfa de 5%.

Resultados

Foram analisados 101 pacientes com DM2, todos dislipidêmicos, que tiveram COVID-19 nas formas assintomática ou leve (n=62), moderada (n=32), e grave (n=7), classificadas mediante critérios clínicos e/ou laboratoriais, de acordo com o Ministério da Saúde. Desses, 35 eram pardos, 33 negros e 33 brancos, não sendo diferentes as proporções raciais em função da forma clínica (p=0,7389). Quanto à idade, os pacientes tinham em média 59,8 ± 9,2 anos, também não sendo diferente entre as formas clínicas da COVID-19 (p=0,5786). Similarmente, não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05) entre as formas da COVID-19 ao serem comparadas quanto à presença de obesidade, tempo de DM e dislipidemia, hemoglobina glicada, presença e tempo de HAS, colesterol total, taxa de filtração glomerular (TFG), níveis de creatinina e presença de doença arterial periférica. Considerando o desfecho óbito ou cura, observou-se que os primeiros eram em média 10,8 anos mais velhos (p=0,0051), possuíam maior tempo de diagnóstico de DM2 (17,2 vs. 9,1 anos; p=0,0020), maior média de colesterol total (210,0 vs. 181,8 mg/dL; p=0,0373), maior concentração média de creatinina (1,2 vs. 0,9 mg/dL; p=0,0300) e eram mais frequentes entre os que possuíam TFG<60 mL/min/1,73m² (p=0,0041), sem outras associações em relação ao perfil clínico.

Conclusões/Considerações finais

Fatores de risco como nefropatia crônica, idade, tempo de doença e colesterol elevados estiveram relacionados com piores desfechos em pacientes diabéticos que apresentaram COVID-19.

Palavras Chave

COVID-19; Diabetes Mellitus; Síndrome Metabólica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário João de Barros Barreto - Pará - Brasil

Autores

LOYANE TAMYRES COSTA LEITAO, MATHEUS PERINI FURLANETO, ALAN GOES CARVALHO, GIOVANA MIRANDA VIEIRA, KAREM MILEO FELICIO