Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA E FATORES ASSOCIADOS A SINDROME DO RISCO COGNITIVO MOTOR NO BRASIL: DIFERENÇAS ENTRE PESSOAS DE MEIA-IDADE E IDOSOS

Fundamentação/Introdução

A Síndrome do Risco Cognitivo Motor (SRCM) é uma ferramenta de rastreio prática para identificar pessoas em risco de desenvolver demência e outros desfechos adversos como hospitalização e morte. Apesar de existirem estudos sobre os fatores relacionados à SRCM em idosos, as características importantes em pessoas de meia-idade são desconhecidas, assim como em países em desenvolvimento como o Brasil.

Objetivos

Investigar a prevalência e os fatores associados à SRCM, buscando destacar possíveis diferenças entre pessoas de meia-idade e idosas.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal com pessoas sem demência ou incapacidade física do Estudo ELSI-Brasil, uma amostra nacionalmente representativa dos brasileiros ≥ 50 anos. A SRCM foi definida como queixa subjetiva de memória e velocidade da marcha ≤ 1 desvio padrão em relação à média da amostra, conforme sexo e idade. Possíveis fatores de risco incluíram características do estilo de vida, doenças crônicas e outras condições de saúde relacionadas à idade. Modelos de regressão logística ajustados para idade, sexo, raça/cor, renda e escolaridade foram usados para associar os possíveis fatores de risco à SRCM em pessoas de meia-idade e idosas.

Resultados

Foram incluídos 7.131 participantes com média de 62 anos, sendo 53% mulheres. A prevalência de SRCM foi de 6,8%, sendo 6,5% em pessoas de meia-idade e 7,3% em idosos. A prevalência foi maior em pessoas da raça/cor preta e com baixa escolaridade, independente da faixa etária. Após ajuste para fatores sociodemográficos, hipertensão (OR=1,4; IC95%=1,1–1,8), depressão (OR=1,9; IC95%=1,4–2,5), polifarmácia (OR=1,8; IC95%=1,3–2,5) e déficit visual (OR=1,4; IC95%=1,1–1,8) associaram-se à SRCM em adultos de meia-idade. Já em idosos, acidente vascular cerebral (OR=1,9; IC95%=1,1–3,2), osteoartrose (OR=1,6; IC95%=1,2–2,2), depressão (OR=1,6; IC95%=1,1–2,2), déficits visual (OR=1,7; IC95%=1,2–2,3) e auditivo (OR=2,9; IC95%=1,9–4,6), e características do estilo de vida, como inatividade física (OR=1,4; IC95%=1,0–2,0) e obesidade (OR=1,5; IC95%=1,1–2,1), relacionaram-se à síndrome.

Conclusões/Considerações finais

A SRCM é comum em pessoas de meia-idade e idosos no Brasil. A intervenção em fatores potencialmente modificáveis associados à síndrome em pessoas de meia-idade e idosos, como depressão, déficits sensoriais e características do estilo de vida, pode ser uma oportunidade para evitar que desfechos adversos mais graves como demência aconteçam.

Palavras Chave

Área

Clínica Médica