16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

ALTAS TAXAS DE DISLIPIDEMIA ENTRE PACIENTES COM EXCESSO DE PESO APOS UM ANO DA PANDEMIA COVID-19

Fundamentação/Introdução

A pandemia do COVID-19 trouxe mudanças no estilo de vida da população
como um todo, mas, o impacto no cotidiano da criança pode acarretar alterações na saúde
que afetam diretamente a qualidade de vida futura. O isolamento social levou a diminuição
da prática de atividade física, maior tempo de exposição às telas e mudança no perfil
alimentar, levando ao aumento das taxas de excesso de peso e, consequentemente, mudanças
no perfil metabólico.

Objetivos

Avaliar a prevalência de dislipidemia entre crianças e
adolescentes com excesso de peso após um ano do início da pandemia COVID-19.

Delineamento e Métodos

Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com 60 crianças e adolescentes,
de ambos os sexos, com idade entre 5 e 14 anos, encaminhados para atendimento devido
CID:E66 a um serviço de Endocrinologia Pediátrica no município de Barretos-São Paulo.
Avaliação antropométrica e perfil lipídico [colesterol total (CT), HDL, LDL e triglicérides
(TGL)] foram obtidos dos pacientes após um ano de pandemia. Escore-Z de peso e do índice
de massa corpórea (IMC) para idade e sexo foram calculados segundo os critérios da
Organização Mundial da Saúde. Considerou-se sobrepeso IMC≥+1 e obesidade IMC≥+2. Foi
considerado presença de dislipidemia qualquer uma das seguintes alterações: CT≥150mg/dl;
HDL≤45mg/dl; LDL≥130mg/dl e/ou TGL≥130mg/dl, segundo os critérios da Sociedade
Brasileira de Pediatria. Questionamentos sobre os hábitos alimentares e prática de atividade
física foram feitos a todos os pacientes. Análise estatística foi realizada conforme natureza
das variáveis.

Resultados

A idade média foi de 9.4±2.2 anos, sendo 55% eram do sexo
feminino, 63.3% foram considerados obesos, com média de IMC= 2.1±0.4. Dentre esse
grupo, 73.2% dos pacientes apresentaram dislipidemia, sendo a alteração mais frequente a
diminuição do HDL (59.6%), seguido por aumento de CT (33.9%), TGL (11.3%) e aumento
de LDL (7.8%). 85.7% referiram não praticar nenhum tipo de atividade física; 83.7% tinham
hábitos alimentares prejudiciais, com maior oferta de alimentos hipercalóricos e ultra
processados.

Conclusões/Considerações finais

Crianças e adolescentes com excesso de peso apresentam altas
taxas de dislipidemia após um ano do início da pandemia do COVID-19. Tais alterações
possivelmente estão relacionadas aos novos hábitos de vida impostos pela pandemia como o
sedentarismo e mau hábito alimentar durante o isolamento social.

Palavras Chave

Dislipidemia. Obesidade. COVID-19.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Municipal de Reabilitação Solange Lana de Avila - São Paulo - Brasil, FACISB - São Paulo - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Barretos - São Paulo - Brasil

Autores

JESSICA INAIMO PIEBER, THAIS YUMI YURA, GABRIELA PIRES LOSANO, HELOÍSA KINÁLIA BORGES JUNQUEIRA, THAIS KATAOKA HOMMA