Dados do Trabalho

Título

HOSPITALIZAÇOES POR PANCREATECTOMIA NO BRASIL NOS ANOS DE 2011 A 2020

Fundamentação/Introdução

A pancreatectomia é procedimento cirúrgico indispensável no manejo de patologias do pâncreas como câncer de pâncreas e da pancreatite.

Objetivos

Descrever dados relacionados à hospitalizações por pancreatectomia no Brasil, no período de 2011 a 2020.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico, baseado em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Variáveis analisadas: número de internações, taxa de letalidade intra-hospitalar (TL) e custo (em reais) médio (CM) por internação, no período de 2011 a 2020. Utilizou-se o Teste-T para comparação da distribuição do custo médio entre os anos.

Resultados

Entre 2011 e 2020, ocorreram 12.134 internações por pancreatectomia no Brasil. Anualmente, entre 1.100 e 1.300 hospitalizações para pancreatectomia são registradas, com causas oncológicas representando 55% do total. 53% das hospitalizações ocorreram no contexto de urgência, associando-se à TL 1,9 vezes maior do que o grupo de pacientes com internações consideradas eletivas. Nesse sentido, as internações de urgência representam 68% dos óbitos pelo procedimento. A TL da pancreatectomia foi de 14,25% no
período, sendo esta maior que 15% em 2013 e desde 2018 se encontrando abaixo de 14. Há diferenças regionais na distribuição de óbitos de pacientes submetidos à pancreatectomia, com a região Norte apresentando a maior TL do país (20,76%), quando comparada às outras regiões: Nordeste (12,86%), Sudeste (14,05), Sul (13,63) e Centro-Oeste (15,89). Quanto ao CM, a região
Sudeste apresentou o valor mais alto por internação (R$6.653,83), seguido do Sul (R$6.533,61), Centro-Oeste (R$5.743,08), Norte (R$5.738,08) e Nordeste (R$5.238,50). O CM nacional com pancreatectomia sofreu elevação de R$3.412,51 no período analisado, sendo observada diferença significativa nos CM comparando o período inicial e final (p-valor = 0,0130914).

Conclusões/Considerações finais

Houve baixa variação no número de internações por pancreatectomia no Brasil ao longo dos anos, com predominância das causas oncológicas e cirurgias de urgência. Há disparidades regionais na taxa de letalidade pelo procedimento, refletindo heterogeneidade da qualidade de atendimento oferecida à população de diferentes regiões do país. É possível que estudos prospectivos sobre os
desfechos clínicos em pacientes pancreatectomizados possam contribuir para a redução da mortalidade e custos com o procedimento.

Palavras Chave

Pancreatectomia, Pâncreas, SUS, Endocrinologia