16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

INTERNAÇOES POR CANCER DE PANCREAS NO BRASIL NO PERIODO DE 2011 A 2020

Fundamentação/Introdução

O câncer pancreático (CP), geralmente adenocarcinoma, é altamente letal: entre os pacientes diagnosticados com a doença, mais de 90% vêm a óbito em decorrência da mesma.

Objetivos

Descrever o número de hospitalizações e taxa de letalidade por CP no Brasil no período de 2011 a 2020.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico, com dados obtidos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram avaliados dados das hospitalizações e óbitos por CP no Brasil com estratificação por sexo, faixa etária, região e caráter do atendimento no período de 2011 a 2020.

Resultados

De 2011 a 2020 ocorreram 93.121 internações no Brasil. O montante anual cresceu constantemente ano após ano a uma média de 11% de aumento ao ano, chegando a um acréscimo acumulado de 159,09%, comparando-se as 5.414 internações em 2011 com as 14.027 em 2020. Os casos distribuem-se igualmente entre sexo, mas apresentam diferenças entre faixa etária, região e caráter do atendimento. A faixa etária com maior representação de internações foi a de 60-69 anos, somando 31,16% de todas as hospitalizações, com taxa de letalidade de 24,9%. A partir dos 5 anos de idade a taxa de letalidade cresce a cada faixa seguinte, sendo os pacientes com 80 anos ou mais os que apresentam a maior chance de morte (41,7 %). Entre as regiões do país a taxa de letalidade média pela doença no período se distribui da seguinte maneira: Norte (28,67%), Centro-Oeste (25,86%), Sudeste (25,70%), Sul (24,10%) e Nordeste (24,03 %). Nacionalmente, a taxa de letalidade média de 2011 a 2020 foi de 25,36%, apresentando pico em 2011 (28,5%) e vale em 2020 (22,09%). Sobre o caráter das internações computadas, 72% foram em estado de urgência, que apresentavam letalidade duas vezes maior do que as eletivas (29,6% versus 14,6%).

Conclusões/Considerações finais

No Brasil, houve aumento de 159,09% de hospitalizações por CP entre os anos de 2011 a 2020, mas acompanhado de queda de 22,5% da taxa de letalidade no mesmo período. É possível que melhorias no rastreio, diagnóstico precoce e tratamento tenham contribuído para a redução da letalidade. Ainda, é possível que diferenças sociais, econômicas e demográficas entre as regiões do país possam ter impacto nos desfechos clínicos relacionados ao CP.

Palavras Chave

Pâncreas, Câncer, Oncologia, Endocrinologia

Área

Clínica Médica

Autores

AMANDA LIS CARNEIRO PATAS DA CUNHA, OTÁVIO AUGUSTO GOMES, DANIEL HENRIQUE LINS E SILVA, JOÃO PEDRO MORAIS ALVES GOMES, HELTON ESTRELA RAMOS