16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Febre Amarela Fulminante: um relato de caso anátomo-clínico-patológico feito em Manaus, Amazonas

Fundamentação/Introdução

FUNDAMENTAÇÃO/ INTRODUÇÃO : Caso de Febre Amarela Fulminante em paciente jovem com diagnóstico feito por necropsia na cidade de Manaus, Amazonas.

Objetivos

OBJETIVO: Descrever alterações clínicas, laboratoriais e anatomopatológicas encontradas em paciente com Febre Amarela fulminante, forma grave e de altíssima mortalidade de uma doença considerada endêmica na Amazônia.

Delineamento e Métodos

RELATO DE CASO: ASV, 27 anos, homem, casado, natural e procedente de Manaus/AM, estudante e vigilante, previamente hígido e sem vícios, apresentou colúria, prurido cutâneo, febre e poliartralgia em 02/01/2020. Foi medicado com sintomáticos em Pronto Atendimento e recebeu alta hospitalar, porém retornou no dia seguinte apresentando desconforto respiratório, hipotensão e rebaixamento do nível de consciência. Foram adotadas condutas de emergência e o paciente foi encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde evoluiu para parada cardiorrespiratória (PCR) e retorno à circulação espontânea (RCE) após ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Foi observada secreção sero-hemática no tubo orotraqueal (TOT). Paciente manteve instabilidade clínica, má perfusão e anúria. Aos exames complementares: ecocardiograma transtorácico relatou disfunção sistólica do ventrículo esquerdo com fração de ejeção 45% (Simpson) e derrame pericárdico moderado; na radiografia de tórax, infiltrado intersticial reticulonodular bilateral nos dois terços inferiores. No dia 04/01/2020 apresentou nova PCR com RCE e aspiração de 600ml de líquido hemático pelo TOT. Aos exames, possuia sorologias negativas para HIV, Chagas e leptospirose, além de hemoculturas, urinocultura, partícula NS1 e pesquisa de Plasmodium também negativas. Hemograma inicialmente normal, evoluindo com leucocitose e plaquetopenia, TAP alargado, proteína C reativa elevada, alteração de enzimas musculares (CK-MB e troponina), hipoalbuminemia e hiperbilirrubinemia às custas da fração direta. Desenvolveu lesão renal aguda AKIN 3 com indicação de hemodiálise, mas evoluiu para óbito em 05/01/2020.

Resultados

Os achados na necropsia confirmaram hepatite aguda fulminante secundária a necrose médio-zonal maciça, coagulação intravascular disseminada por septicemia de provável origem bacteriana, hemorragia alveolar difusa, edema cerebral, infarto hemorrágico intestinal e miocardite associadas.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO: Caso raro de Febre Amarela Fulminante submetido à realização de necropsia ressalta a importância da correlação anátomo-clínico-patológica no processo de investigação diagnóstica.

Palavras Chave

FEBRE AMARELA FULMINANTE, NECROPSIA, AMAZÔNIA

Área

Clínica Médica

Autores

LARISSA DE CASTRO CARIOCA FEITOZA, MICHELLE BRUNA DA SILVA SENA, ANA CLÁUDIA DA CUNHA FERREIRA, MONIQUE FREIRE DOS REIS, LUIZ CARLOS DE LIMA FERREIRA