Dados do Trabalho

Título

Quando a queda da própria altura não é apenas um evento traumático: Relato de Caso.

Fundamentação/Introdução

Relata-se um caso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) realizado pelo Grupo de Resgate (GRAU) na cidade de São Paulo em Julho de 2021, com identificação precoce de arritmia cardíaca. Paciente foi encaminhada ao hospital de referência em cardiologia por transporte aeromédico, apresentando desfecho positivo. Justifica-se o trabalho, visto que a realização de um APH eficiente possibilita diagnósticos precisos, influindo positivamente na morbimortalidade.

Objetivos

Enfatizar a importância do serviço de APH eficaz e rápido no diagnóstico e sobrevida do paciente.

Delineamento e Métodos

Estudo descritivo, alicerçado no consentimento da paciente e fundamentado na análise das informações do prontuário médico e na revisão bibliográfica de artigos científicos.

Resultados

Paciente MF, 85 anos, feminina, cardiopata, hipertensa e diabética, trazida pelo filho ao posto de bombeiros após síncope seguida de queda da própria altura. Encontrava-se com ferimento corto-contuso parieto occipital direito e sangramento de difícil controle às custas do uso de anticoagulante.
A equipe da Unidade de Suporte Avançado do GRAU assumiu o atendimento realizando inicialmente o controle da hemorragia e retirada do veículo em protocolo de trauma. Na avaliação apresentava-se hipotensa, bradicárdica, oximetria 97%, pupilas isocóricas e fotorreagentes, pulsos periféricos presentes e cheios, com extremidades frias. Aventou-se a suspeita da síncope ser decorrente de um Bloqueio Atrioventricular Total (BAVT), confirmado por monitorização eletrocardiográfica que apresentou sinais clássicos de impregnação por glicosídeos digitálicos. Evoluiu com bigeminismo seguido de episódios de taquicardia ventricular (TV) não sustentada e perda de consciência. Os episódios de TV tornaram-se intermitentes aos de BAVT, optando-se pelo uso de amiodarona 300 mg diluída em solução fisiológica em 30 minutos.
Pela gravidade do caso, foi transportada ao hospital de referência por transporte aeromédico. Suspendeu-se o uso da medicação e optou-se pela implantação de marcapasso transvenoso, com melhora significativa da tontura. Sem reversão do BAVT, foi implantado o marcapasso definitivo.

Conclusões/Considerações Finais

Tendo em vista a relevância do APH eficaz, foi fundamental a identificação e o manejo precoce da causa da síncope, bem como a disponibilidade do transporte aéreo, garantindo maior sobrevida por meio do atendimento hospitalar especializado com rapidez.

Palavras Chave

Serviços médicos de emergência; síncope; bloqueio atrioventricular; glicosídeos digitálicos.

Área

Clínica Médica