16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Atraso diagnóstico de Tromboembolismo venoso Induzido por Vacina para COVID-19: um relato de caso

Fundamentação/Introdução

A trombocitopenia trombótica induzida por vacina (TTIV) é um fenômeno raro recém-descrito que tende a ocorrer entre cinco a trinta dias após imunização com vacinas para a COVID-19. A trombocitopenia e/ou ocorrência de evento trombótico associado ao alargamento do tempo de atividade da protrombina, alargamento do tempo de tromboplastina parcial ativada, fibrinogênio sérico elevado, dímero-d elevado e/ou ausência de diagnóstico alternativo provável são os marcos diagnósticos da TTIV. O quadro clínico é notório por sua inespecificidade, variando de desconforto epigástrico até sinais neurológicos focais.

Objetivos

Relatar um caso de trombocitopenia trombótica induzida por vacina.

Delineamento e Métodos

Paciente Feminina, 63 anos, ex-tabagista, procura atendimento médico por dor em membros inferiores e desconforto respiratório três dias após receber a primeira dose da vacina ChAdOx1 nCoV-19. O quadro teve piora progressiva. perante a falha terapêutica com antiinflamatórios, após 24 dias do início dos sintomas foi realizado uma ultrassonografia com doppler venoso de membros inferiores com achado de tromboembolismo venoso profundo. Iniciada terapia com rivaroxabana 15mg duas vezes ao dia, ácido acetilsalicílico 100mg e analgesia. Após três dias de iniciada a terapia, a paciente iniciou com dor ventilatório-dependente em hemitórax direito. Na avaliação inicial, apresentava-se com saturação periférica de oxigênio de 95%, taquicárdica e hipertensa. Ao exame físico, estertores finos em base direita, membros inferiores com edema e dor a palpação.

Resultados

Solicitado angiotomografia de tórax, com falhas de enchimento nos segmentos e subsegmentos da artéria pulmonar direita que irrigam o lobo inferior e segmento posterior do lobo superior juntamente com opacidades com atenuação em vidro fosco associadas a espessamento de septos interlobulares. Foi optado por manutenção da anticoagulação com rivaroxabana e a paciente foi orientada não receber a segunda dose da vacina.

Conclusões/Considerações Finais

Embora rara, é necessário que o clínico tenha suspeição dessa entidade recentemente relatada como complicação da vacina ChAdOx1 nCoV-19, principalmente quando o paciente apresentar história de vacinação em proximidade temporal com sintomas de tromboembolismo venoso, devido a gravidade da entidade e necessidade de tratamento apropriado, evitando a progressão do quadro.

Palavras Chave

COVID-19, Vacina, Trombose, embolia

Área

Clínica Médica

Autores

REBECCA SARAY MARCHESINI STIVAL, CAMILA MARCHI BLATT, NAYANNE HEVELIN DOS SANTOS DE OLIVEIRA , LARISSA HERMANN DE SOUZA NUNES, GABRIEL SAVOGIN ANDRAUS.