16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Tuberculose miliar associada a pneumotórax espontâneo em paciente imunocompetente: um Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

Tuberculose (TB) é uma das doenças mais letais do mundo. É transmitida via aerossol, com o bacilo Mycobacterium tuberculosis, via tosse e espirro. Acomete qualquer pessoa, e é tratável. A TB miliar é responsável por 1-2% tuberculose e até 20% de todas as formas de tuberculose extrapulmonar em indivíduos imunocompetentes.

Objetivos

relatar caso de paciente jovem com diagnóstico de tuberculose miliar, que evoluiu com episódios de pneumotórax espontâneo e necessidade de decorticação pulmonar.

Delineamento e Métodos

Paciente masculino, 30 anos, serralheiro, sem comorbidades prévias, interna por síndrome consumptiva, febre, sudorese noturna e dispneia progressiva com evolução de 2 semanas. Tomografia de tórax demonstrava opacidades micronodulares difusas, sugestivo de tuberculose miliar, não podendo descartar pneumonia por Pumocystis jirovci e criptococose. Paciente é admitido em leito de unidade intensiva iniciado antibioticoterapia. Sorologias para sífilis, HIV e hepatites B e C, assim como escarro com pesquisa de bacilos álcool-ácido resistente (BAAR) vieram negativas. Evoluiu com pneumotórax espontâneo à esquerda com necessidade de drenagem torácica. Para confirmação diagnóstica foi realizada broncoscopia com lavado broncoalveolar e biópsia transbrônquica do segmento anterior do lobo superior direito. Confirmou-se o diagnóstico de tuberculose miliar na avaliação anatomopatológica, com presença de pequena quantidade de micobactéria em meio ao infiltrado inflamatório. Iniciado o tratamento com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RIPE). Após a alta, paciente evoluiu novamente com pneumotórax espontâneo e necessidade de decortificação pulmonar, em consequência de fuga aérea persistente.

Resultados

O padrão miliar e pneumotórax são características radiológicas raras na tuberculose pulmonar ativa. Embora o pneumotórax seja uma complicação bem conhecida da tuberculose cavitária, é raramente visto na miliar. A patogênese exata desta complicação, permanece obscura. O provável mecanismo é a ruptura de nódulos miliares subpleurais confluentes secundários a caseificação e necrose, ou ruptura de um lesão bolhosa desenvolvida próximo aos tubérculos miliares.

Conclusões/Considerações Finais

Deve-se suspeitar de pneumotórax quando há piora do curso clínico, especialmente aumento da dispneia. Diagnóstico precoce e iniciação de regimes antituberculose são essenciais.

Palavras Chave

tuberculose, pneumotórax espontâneo

Área

Clínica Médica

Instituições

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ - Paraná - Brasil

Autores

REBECCA SARAY MARCHESINI STIVAL, MARIA AUGUSTA CRAVO BETTINI, FERNANDA LEPCA, BIANCA DISSENHA, LIU ESTRADIOTO