Dados do Trabalho
Título
Cetoacidose Diabética Euglicêmica em gestante portadora de Diabetes Mellitus tipo 2 complicando infecção pelo vírus SARS-CoV-2 (COVID19).
Fundamentação/Introdução
INTRODUÇÃO: Pacientes com COVID19 exibem resposta inflamatória hiperativa e o envolvimento extrapulmonar pode contribuir para sua morbimortalidade. Órgãos endócrinos, como o pâncreas, apresentam risco de lesão pelo vírus.
Objetivos
OBJETIVOS: Relatar caso de cetoacidose diabética (CAD) em gestante, no contexto de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 (COVID19). Alertar para possíveis efeitos pancreáticos do vírus e ainda para a possibilidade de ocorrência de CAD euglicêmica em contexto de gestação.
Delineamento e Métodos
MÉTODOS: revisão de prontuário.
Resultados
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente sexo feminino, 29 anos, gestante de 35 semanas e 4 dias, encaminhada a hospital de referência para COVID19 por sintomas respiratórios e sistêmicos iniciados há 5 dias. Como antecedentes, quadro obesidade grau III, transtorno de pânico sem tratamento e pré-eclâmpsia em gestações anteriores. Ao início da gestação atual havia sido diagnosticada Diabetes Mellitus tipo 2 e instituído tratamento com insulina. Durante a gestação também realizou tratamento para doença hipertensiva gestacional. No primeiro dia de internação evoluiu com desconforto respiratório e necessidade de intubação orotraqueal. Seus exames evidenciavam: pH 7,16, pCO2 52mmHg, pO2 116mmHg, HCO3 18,2mEq/L, glicemia 166mg/dL, potássio 6,6mEq/L, lactato 0,9 mmol/L, relação paO2/FiO2 232, função renal normal, hemograma com linfopenia, urina com corpos cetonicos 3+, proteinúria 3+, hemoculturas e urocultura negativas, swab nasal positivo para SARS-CoV-2 e tomografia de tórax (com proteção do feto) apresentado imagens em vidro fosco em cerca de 80% da área pulmonar. Optado por interrupção da gestação por parto cesárea. Realizado diagnóstico de CAD euglicêmica com instituição de hidratação, insulinoterapia endovenosa e solução glicosada a 5%, com resolução da CAD nas primeiras 24 horas. Após resolução da CAD, mantida insulinoterapia subcutânea. Durante internação, paciente evoluiu com sepse, lesão renal aguda com necessidade de terapia de substituição renal e parada cardiorrespiratória com encefalopatia hipóxico-isquêmica.
Conclusões/Considerações Finais
CONSIDERAÇÕES FINAIS: COVID19 parece piorar controle glicêmico de indivíduos previamente diabéticos, sendo possível a ocorrência de CAD mesmo em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2. A CAD euglicêmica pode ocorrer em contexto de gestação e depende de uma elevada suspeição para diagnóstico.
Palavras Chave
Descritores: COVID19, cetoacidose diabética, cetoacidose euglicêmica.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Associação Beneficiente Santa Casa de Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) - Paraná - Brasil, Hospital Regional do Mato Grosso do Sul (HRMS) - Minas Gerais - Brasil
Autores
VANESSA BERNARDO NUNES LEPRE, MARCIO ESTEVAO MIDON, RAYSSA CAROLINE MARTINS DA SILVA, KAREN ISABELLE PONTES DURAN BOTARO, CLARISSA SILVA MARTINS