16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

COLANGIOPATIA PÓS-VIRAL POR SARS-COV2: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: Colangiopatia pós-viral é uma potencial complicação de pacientes criticamente enfermos por COVID-19. Caracteriza-se por colestase intra-hepática persistente mesmo após recuperação pulmonar. Pressupõe-se ser decorrente de efeito citopático direto do coronavírus aos colangiócitos, injúria microvascular e isquemia do epitélio biliar. O diagnóstico e tratamento não estão completamente elucidados.

Objetivos

OBJETIVO: Devido ao cenário pandêmico atual faz-se mister conhecer as diversas implicações clínicas sistêmicas do SARS-CoV-2 . Este relato visa ressaltar a colangiopatia pós-viral no espectro de manifestações do coronavírus e contribuir para desenvolvimento científico acerca desta patologia.

Delineamento e Métodos

MÉTODO: Foi analisado o prontuário da paciente a fim de possibilitar o delineamento preciso das apresentações multifacetadas da COVID-19.

Resultados

DESCRIÇÃO DO CASO: I.S.S, 64 anos, mulher, hipertensa, hipotireoidismo, obesidade, internada por Síndrome Respiratória Aguda Grave por SARS-CoV-2. Evoluiu com tempo de internação prolongado, polineuropatia, infecção urinária por Klebsiella pneumoniae carbapenemase e colestase intra-hepática. Exames evidenciando fosfatase alcalina 3348 U/L gama-GT 2741 U/L, TGO 279 U/L, TGO 162 U/L, Bilirrubina total 8,2mg/dL, bilirrubina direta 7,8mg/dL, amilase 45 U/L, lipase 32 U/L, INR 1,33, leucograma 11370 mm³ com 60% de segmentados, eletrólitos e função renal sem alterações. Sorologias para hepatites virais, Anti-HIV, VDRL não reagentes, toxoplasmose e citomegalovírus IgM não reagente e IgG reagente. Submetida a colangiorressonância com a constatação espessamento parietal das vias biliares intra-hepáticas, bile espessa em terço distal do colédoco e edema periportal, sem defeitos de enchimento, estenose ou dilatações. Descartado hepatotoxicidade e colestase precipitada por medicamentos. Iniciado ácido ursodesoxicólico com queda progressiva das transaminases, bilirrubinas e enzimas da via biliar.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO: A COVID-19 está frequentemente associada a lesão hepatocelular sem lesões histológicas específicas. Em menor proporção, observam-se casos de colestase intra-hepática na fase de convalescença e de recuperação da função pulmonar. A fisiopatologia, a terapêutica e o prognóstico são incertos, contudo, a doença deve ser suspeitada pelo potencial mórbido e evolutivo para insuficiência hepática e cirrose biliar secundária.

Palavras Chave

Colangiopatia; Colestase; Coronavírus

Área

Clínica Médica

Autores

MARLON RUBINI TOAZZA, ANNA SOPHIA ALMEIDA GOUVEIA, LUCAS REIS OLIVEIRA