16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Nefrite Lúpica em paciente com repercussão sistêmica grave

Fundamentação/Introdução

A nefrite lúpica acomete aproximadamente 40% dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), segundo LAWRENCE et al. Com os avanços terapêuticos, em particular a imunossupressão, melhoraram significativamente os resultados para os pacientes que desenvolvem a comorbidade (TEKTONIDOU; DASGUPTA; WARD, 2016).

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente jovem que abriu quadro grave de nefrite lúpica com repercussões sistêmicas.

Delineamento e Métodos

RSS, 16 anos, feminino, parda, admitida dia 18/10/20, com artralgia há 30 dias. Durante internação evoluiu com quadro de cefaleia intensa, diplopia e fotofobia. Após avaliação da Neurologia e Oftalmologia, foi diagnosticada com Hipertensão Intracraniana Idiopática, com resposta ao tratamento a Acetazolamida. Alta no dia 26/10/20, com melhora do quadro; retorna 12/11/20 com rebaixamento do nível de consciência, poliartrite migratória, mialgia, úlceras orais, lesões cutâneas difusas, macrohematúria, distensão abdominal, sinovite de joelhos, livedo reticular difuso e febre.

Resultados

Exames evidenciaram pancitopenia, com necessidade de hemotransfusão, aumento de escorias nitrogenadas, hipoalbuminemia e derrame pleural. Devido gravidade, foi realizado pulsoterapia com Metilprednisona e Ciclofosfamida, sendo necessário ajuste de dose devido neutropenia febril. Paciente apresentou melhora significativa da função renal e dos demais sintomas. Pela biópsia renal, evidenciou-se: Glomérulos dentro dos limites da normalidade (esclerose glomerular 1/21). Alterações Degenerativas e Regenerativas epiteliais tubulares com cilindros hialinos, calcificação distróficas, sinais de atrofia e fibrose intersticial leve. Imunofluorescência sugerem lesões mediadas por imunocomplexos - Classe I (ISN/RPS), índice de Cronicidade discreto (2/12). Exames: FAN: padrão Nuclear homogêneo e citoplasmático pontilhado reticular > 1:640; Anti SSA/RO: 54; Anticoagulante lupico: 1,35/1,32; C4: 7; Anti SM, Anti SSB/LA, Anti RNP, Anti DNA e Anti Cardiolipina IgG não reagentes. Paciente recebeu alta com acompanhamento nefrológico e reumatológico, foi feito indução por 6 meses e posterior manutenção com Azatioprina.

Conclusões/Considerações Finais

A agressão renal no LES tem implicações significativas para o gerenciamento e prognóstico da doença. A biópsia renal continua sendo uma pedra angular no diagnóstico e tratamento da nefrite lúpica, tendo em vista que o valor prognóstico dos achados histológicos não pode ser substituído por nenhum parâmetro clínico ou laboratorial.

Palavras Chave

Nefrite Lúpica
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Pulsoterapia
Injúria Renal Aguda

Área

Clínica Médica

Autores

LEIDIANE SANTOS RIBEIRO, SABRINA CAIXETA ANDRADE, VICTOR COSTA MONTEIRO