Dados do Trabalho
Título
ANALISE DOS CASOS DE ESQUISTOSSOMOSE NOTIFICADOS EM MINAS GERAIS ENTRE OS ANOS DE 2011 E 2020
Fundamentação/Introdução
A esquistossomose é um problema de saúde pública em Minas Gerais. Na forma hepatoesplênica há fibrose periportal, podendo culminar em hipertensão portal, insuficiência hepática e óbito.
Objetivos
Analisar os casos de esquistossomose notificados em Minas Gerais entre 2011 e 2020.
Delineamento e Métodos
Estudo ecológico com dados secundários de domínio público, disponíveis no Portal de Vigilância da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Incluíram-se as informações: macrorregião, município, sexo, faixa etária, escolaridade, forma clínica, desfecho e ano. Os tamanhos populacionais também foram obtidos do Portal para calcular os coeficientes de incidência (CI). As variáveis estudadas foram associadas a partir do cálculo de Odds Ratio; e o comportamento dos CI ao longo da série histórica considerada foi interpretado por intermédio da regressão linear simples. O programa estatístico utilizado foi o Graphpad Prism 7 e valores de p<0,05 foram fixados como significativos.
Resultados
Totalizaram-se 37.535 casos, dos quais 159 evoluíram para óbito (letalidade de 0,4%). Houve destaque para a macrorregião Vale do Aço (n=10.438; 27,8) e município Belo Horizonte (n=3.148; 8,3%). Quanto às características sociodemográficas, frisa-se sexo masculino (n=23722; 63,2%), idade 25 a 34 anos (n=7025; 18,7%) e escolaridade 5ª a 8ª série do ensino fundamental incompleta (n=5139; 13,7%). A forma hepatointestinal foi predominante (n=18.591; 49,5%); enquanto a forma hepatoesplênica ocorreu em 738 casos (1,9%). Indivíduos do sexo masculino apresentaram 1,4 vezes mais chances de desenvolver a forma hepatoesplênica (95%IC=1,2-1,6; p<0,0001); e 1,5 vezes mais chances de óbito por esquistossomose (95%IC=1,06-2,21; p=0,0198). Quanto à análise temporal, o maior número de notificações foi em 2011 (n=11.777; 31,3%), com redução expressiva até 2020 (n=1.050; 2,7%). Algo semelhante foi percebido nos CI, com 58 acometidos para cada 100.000 habitantes em 2011; e queda para 5 acometidos para cada 100.000 habitantes em 2020. Houve correlação entre o passar dos anos e queda nos CI (r2=0,6392; p=0,0055).
Conclusões/Considerações finais
Para manutenção da redução dos casos e com o intuito de evitar morbidade e mortalidade, ressalta-se a importância da implementação de intervenções majoritariamente na macrorregião de destaque e entre indivíduos que se encaixam no perfil encontrado: homens, adultos jovens, com baixo nível de escolaridade, provenientes de áreas endêmicas.
Palavras Chave
Esquistossomose; Epidemiologia; Óbitos.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares - Minas Gerais - Brasil
Autores
SAMANTA DE ABREU GONÇALVES, DANIEL MADEIRA CARDOSO