16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

LESÃO PULMONAR AGUDA ASSOCIADA À TRANSFUSÃO (TRALI): RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A transfusão de hemocomponentes é passível à complicações, dentre elas a Lesão Pulmonar Aguda com insuficiência respiratória aguda grave (TRALI). O plasma, rico em anticorpos é o mais relacionado.

Objetivos

Descrever a ocorrência de um caso de TRALI em paciente admitida em UTI com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e Síndrome nefrótica, que evoluiu com quadro súbito de insuficiência respiratória aguda grave após transfusão de concentrados de hemácias e plasma.

Delineamento e Métodos

Paciente sexo feminino, 38 anos, sem comorbidades prévias, diagnosticada com LES no início de 2021, evoluiu com anasarca e oligúria, necessitando de internação hospitalar. Quadro agravado pelo surgimento de sepse, edema assimétrico de membros inferiores, febre, rebaixamento de sensório e anúria, o que motivou a internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), na qual foi submetida à hemodiálise (HD) e suporte ventilatório mecânico, obtendo melhora do quadro clínico, com reversão do componente renal e respiratório, sendo extubada. Em seguida, mantinha bom nível de consciência, respiração com macronebulização e saturação de 100%, ausculta pulmonar com murmúrio vesicular reduzido em bases pulmonares bilateralmente, sem ruídos adventícios. Posteriormente, evoluiu com episódios de hemorragia digestiva alta e baixa, piora do quadro clínico, cursando com anemia grave (hemoglobina 5,8 e hematócrito 15,4) e plaquetopenia (23.000), necessitando de concentrados de hemácias e plasma.

Resultados

Cerca de 10 horas após término da transfusão, paciente evoluiu subitamente com taquipneia, cianose, dessaturação e extertoração, sendo instalado ventilação não invasiva (VNI). Houve piora da ausculta pulmonar com roncos difusos e queda da saturação para 55%, optando-se por reintubação orotraqueal e instalação de ventilação mecânica invasiva, seguindo-se estabilidade do quadro respiratório.

Conclusões/Considerações Finais

Embora, a paciente tenha evoluído com anemia e balanço hídrico positivo a despeito de HD, não foi possível imputar a esses fatores o desencadeamento da síndrome, pois a referida paciente possuía reserva cardíaca preservada ao ecocardiograma. Sendo a TRALI uma síndrome de difícil diagnóstico, é importante que seja cogitada diante de pacientes submetidos a transfusões e que evoluam com insuficiência respiratória aguda. Desta forma, estes pacientes poderão ser melhor conduzidos, principalmente do ponto de vista ventilatório, por se tratar de uma grave complicação transfusional com risco grande de mortalidade.

Palavras Chave

TRALI; Transfusão sanguínea; Insuficiência respiratória.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário João de Barros Barreto - Pará - Brasil

Autores

CAMILA DIAS DA SILVA, EDNA PORFIRIO DE LIMA, RAQUEL CARDOSO DA SILVA, AMANDA ARAUJO DIAS