16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COMO PRIMEIRA COMPLICAÇÃO DE SÍNDROME ANTIFOSFOLIPÍDE CATASTRÓFICA: Um relato de caso

Fundamentação/Introdução

A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) é uma doença caracterizada por trombose, morbidade gestacional e presença de anticorpos antifosfolipídeos elevados. Uma subentidade desta é SAF catastrófica que representa a forma mais grave da doença.

Objetivos

Relatar um caso de SAF catastrófica com apresentação inicial de Infarto Agudo do Miocárdio(IAM)

Delineamento e Métodos

Mulher, 47 anos, procedente de Timon-MA, hígida, iniciou quadro de torácica, não anginosa, associado à náuseas, vômitos e cianose de MMII. Procurou unidade de pronto atendimento (UPA), sendo realizado suporte clínico e teste rápido para COVID-19 (com resultado negativo), recebendo alta após controle do quadro. Após 24 horas, houve retorno da dor precordial, retornando a UPA, com diagnóstico de IAM confirmado através de eletrocardiograma e elevação de troponina I. Paciente evolui com quadro de febre (37,8º), plaquetopenia (74.000), disfunção renal aguda(Ur:158, Cr:2,5) e anemia (Hb:10,4), sendo instituído antibioticoterapia empírica e solicitado transferência para o hospital de referência em São Luis/MA. Paciente admitida na Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica, em estado geral grave, hemodinamicamente estável, hemiparesia à direita e extremidades com necroses nas quatro extremidades. Paciente evoluiu no 4º dia de internação, com sangramento em cavidade oral seguida de parada cardiorrespiratória (PCR), revertida, Intubação Orotraqueal e ventilação mecânica. Tomografia de Crânio demonstrou edema cerebral difuso e hemorragia subaracnóidea.

Resultados

Avaliação reumatológica aventou a possibilidade de vasculite primária, Lúpus Eritematoso Sistêmico e Síndrome Antifosfolípide Catastrófica, sendo esta última confirmada através da positividade para antibeta2-glicoproteína 1 IgG em altos títulos e Ultrassom Doppler de membros inferiores evidenciando oclusão das artérias tibiais. Realizado pulsoterapia com metilprednisolona 500mg/dia por 5 dias e enoxaparina terapêutica, além de amputação de quirodáctilos e pés. Paciente evoluiu em estado comatoso por 96 dias e óbito após PCR.

Conclusões/Considerações Finais

A SAF catastrófica representa a forma mais severa da doença. Isso reflete a alta mortalidade da doença. Sendo assim, é de fundamental importância o reconhecimento precoce de modo que haja intervenções terapêuticas efetivas a fim de reduzir as complicações bem como a mortalidade.

Palavras Chave

infarto; síndrome antifosfolípide; catastrófica.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - Maranhão - Brasil

Autores

MONIELE TAVARES FERREIRA DA SILVA, RAQUEL MORAES DA ROCHA NOGUEIRA, OLÍVIA MARIA MACHADO ANDRADE MOURA, RAPHAEL AGUIAR DIOGO