Dados do Trabalho

Título

Reação medicamentosa com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS) com insuficiência hepática secundário ao uso de fitoterápicos

Fundamentação/Introdução

A síndrome DRESS é uma reação adversa a droga, rara, potencialmente fatal e de difícil diagnóstico. Suas manifestações clínicas são comuns a diversas patologias sistêmicas e apresenta um tempo de latência de semanas após a exposição.

Objetivos

Relatar caso de paciente com Síndrome DRESS e acometimento hepático secundário a exposição a fitoterápico.

Delineamento e Métodos

Relato de Caso

Resultados

Paciente 20 anos, com quadro inicial de exantema morbiliforme generalizado associado a febre persistente, linfadenopatia, artralgia e astenia. Evoluiu com dispneia e desorientação. Ao exame encontrava-se taquicárdica, ictérica (2+/4+) com estertores e sibilos à ausculta, dor a palpação de hipocôndrio direito e flapping. Laboratorialmente apresentava TGO= 1332(Valor de referência-VR-43), TGP =708(VR 41), bilirrubina total =12,8(VR 1.0) com fração direta =7.2; leucocitose=26910(VR 10500) com 15,1% de eosinófilos, INR = 2.32(VR 1.0) e albumina=2.2(VR 3.5). Tomografia de tórax com padrão em vidro fosco acometendo mais de 50% dos campos pulmonares e ecocardiograma transtorácico evidenciava derrame pericárdico. Ultrassonografia doppler de abdome mostrava veia porta dilatada. A investigação laboratorial foi negativa para hepatites virais (HBsAg não reagente-NR-; Anti-HBs reagente; Anti-HCV NR;), hepatite autoimune (Anti-LKM NR; Anti-músculo liso NR) além de FAN, fator reumatóide, dengue e chikungunya IGM, rubéola IgM, Epstein-Barr, Citomegalovírus IgM, HIV (Vírus da imunodeficiência humana), sífilis e COVID-19. Manteve piora da função hepática e da leucocitose com eosinofilia sendo transferida para Unidade de terapia intensiva, onde foi optado pela pulsoterapia com metilpredinisolona 1grama/dia por três dias. Após o terceiro dia, apresentou melhora clínica e laboratorial, optando-se por manter imunossupressão com prednisolona oral 1 mg/kg/dia. Com a hipótese de síndrome DRESS Foi realizada uma extensa pesquisa com a paciente na tentativa de identificar o fármaco deflagrador da doença e a mesma relatou que havia feito uso há cerca de três meses de fitoterápicos (composto Aloe Vera, Garfinea, Marmelinho, Carqueja, Calunga) objetivando emagrecer.

Conclusões/Considerações Finais

A síndrome DRESS é um diagnóstico de exclusão, no entanto a hipótese deve ser considerada em pacientes com reação de hipersensibilidade a droga associado a comprometimento multivisceral. Ademais devemos atentar quanto a importância da regulamentação de fitoterápicos pois muitas vezes não sabemos a real composição dos mesmos.

Palavras Chave

Síndrome DRESS, eosinofilia, insuficiência hepática aguda, hepatite aguda, reação de hipersensibilidade a drogas, fitoterápicos

Área

Clínica Médica