16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: A importância de escore com critérios diagnóstico para detecção precoce de tireotoxicose

Fundamentação/Introdução

A crise tireotoxica é uma emergência médica associada a hipertireoidismo com exacerbação. Quando não tratada, causa letalidade de 20 a 30%. O quadro clínico é uma relação de tireotoxicose com quadro de disfunção orgânica, principalmente cardiovascular e neurológica. O diagnóstico é realizado com testes de função tireoidiana. Contudo, escores como o elaborado por Burch e Wartofsky auxilia em reconhecimento e tratamento precoce. Ele consiste em avaliar sinais típicos e graduá-los de acordo com gravidade: 1- taquicardia, 2-febre, 3-alteração gastrointestinal, 4- alteração neurológica, 5- insuficiência cardíaca, 6- tireotoxicose prévia.

Objetivos

Relato sobre caso de tireotoxicose gestacional

Delineamento e Métodos

Paciente, sexo feminino, 29 anos, gestante 14 semanas e sem comorbidades, apresentando quadro de hiperemese gravídica com perda ponderal de 8 quilos em 3 meses. Atendida em pronto atendimento com sintomas controlados. Porém, evoluiu com quadro de confusão aguda sem sinais de hipovolemia, sendo admitida com taquicardia sinusal com frequência cardíaca de 150 batimentos por minuto, sem outros sinais. Realizado exame de liquor, tomografia computadorizada de crânio e ultrassom (US) obstétrico, sem evidências de alterações ou de doença trofoblática, com boa vitalidade fetal. Exames laboratoriais com aumento discreto de transaminases, hipocalemia e US abdominal evidenciando barro biliar. Suspeitado de tireotoxicose, iniciado propranolol, corrigido distúrbios hidro-eletrolíticos e solicitado funções tireoidianas. Paciente evoluiu com discurso persecutório, típico de psicose, associado a febre sem foco determinado. Considerando escores de crise tireotoxica, optado por iniciar propiotiouracil empiricamente. Após 24 horas, resultado de Hormônio estimulador da tireoide (TSH) e T4 livre (T4L), respectivamente, de 0,01 (VR 0,61 a 4,97) e 3,27 (0,89 a 1,76), evidenciando hipertireoidismo. Discutido com obstetrícia e optado por não iniciar dexametasona. Paciente evoluiu com melhora total, recebendo alta com propiotiouracil, encaminhamento para endocrinologia e pedido de antireceptores de TSH e antitireoperoxidase.

Resultados

-

Conclusões/Considerações Finais

Os exames de função tireoidiana nem sempre estão disponíveis de forma ágil nos serviços de emergência. No caso citado, eles são realizados por um serviço terceirizado externo. Sendo assim, é fundamental uma forma de diagnóstico presuntivo como o escore citado. Isso possibilita um início de tratamento precoce e, consequentemente, um desfecho com menor mortalidade.

Palavras Chave

Tireotoxicose

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves - Minas Gerais - Brasil

Autores

CEZAR GONCALVES DE CARVALHO, ELIER LAMAS TEIXEIRA