16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DAS INTERNAÇOES POR COQUELUCHE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL NOS ANOS DE 2015 A 2020

Fundamentação/Introdução

Coqueluche é uma infecção respiratória causada principalmente pelo bacilo Gram-negativo Bordetella pertussis, que, apesar da ampla vacinação, acomete principalmente crianças pequenas. Em casos mais graves, a internação hospitalar pode ser necessária. Desde 2015, observa-se um declínio nos casos totais da doença em todo o Brasil, com uma prevalência de 0,7/100.000 habitantes em 2019.

Objetivos

Analisar os dados referentes às internações por Coqueluche no estado do Rio Grande do Sul no período de 2015 a 2020. Comparar os números de 2020 com os anos anteriores, buscando possíveis variações importantes causadas pela pandemia do Sars-Cov-2.

Delineamento e Métodos

Por meio do banco de dados do DATASUS e pela plataforma TABNET, foi analisado o número de internações por coqueluche no estado do Rio Grande do Sul. A análise foi dividida em sexo (feminino e masculino), ano (2015 a 2020) e faixa etária (0-1, 1-9, 10-20, ou mais que 20 anos de vida).

Resultados

O número total de internações por coqueluche no estado do Rio Grande do Sul nos anos de 2015 a 2020 foi de 472. Houve um decréscimo de 127 internações em 2015 para 7 em 2020, com uma redução de 94,5% em comparação com os 2 anos. Verificou-se um decréscimo de internações, de 28 internações em 2019, para 7 internações em 2020, com uma redução de 75% em relação ao ano anterior, podendo estar relacionado ao subdiagnóstico e ao uso de máscaras de proteção devido ao período de pandemia do COVID-19. Sobre a prevalência entre os sexos, observou-se uma maior predileção pelo sexo feminino, 273 dos 472 (57,8%), enquanto no sexo masculino foram 199 dos 472 (42,2%) internações no período. Entre a faixas etárias observadas, a prevalência foi predominante entre 0-1 com 373 dos 472 dos casos de internação (79,02%), seguida dos 1-9 anos com 79 dos 472 (16,73%); 10-20 anos com 11 dos 472 (2,33%) e com apenas 9 casos de internação (1,9%) acima dos 20 anos. Em síntese, constata-se predomínio do sexo feminino e menores de 1 ano de idade em casos de internação por coqueluche.

Conclusões/Considerações finais

A redução das internações nos anos em estudo pode estar relacionada a algumas condições, dentre elas, o efeito protetor da máscara no período do Covid-19, o isolamento social e o subdiagnóstico devido a situação pandêmica. O principal fator de risco para infecção por coqueluche é a vacinação inadequada. Além disso, menores de 1 ano, apresentam um quadro clínico mais grave, buscando mais os serviços de saúde, acarretando um maior número de internações nessa população.

Palavras Chave

Coqueluche; Internações; Rio Grande do Sul.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

TOMAS ZANETTI MILANI, FRANCESCO ENRICO COZER PIASSA, EDUARDO SILVEIRA PAUL, JOÃO VITOR BARCELLOS ZIN