16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇAO ENTRE DELIRIUM EM ADULTOS E IDOSOS COM POLIFARMACIA E MORTALIDADE EM UM SERVIÇO DE EMERGENCIA: UM ESTUDO PROSPECTIVO

Fundamentação/Introdução

Pacientes com delirium possuem alto risco de mortalidade geral comparável a pacientes com infarto do miocárdio ou sepse. Entretanto, em serviços de emergência é raramente diagnosticado e/ou tratado. Assim, existe ainda necessidade de uma avaliação epidemiológica mais aprofundada sobre o impacto do delirium em pacientes atendidos em serviços de emergência, independente da sua idade.

Objetivos

Avaliar a associação entre o diagnóstico de Delirium com a polifarmácia e o desfecho de óbito em adultos e idosos hospitalizados.

Delineamento e Métodos

Foi conduzido um estudo prospectivo, observacional e quantitativo no serviço de emergência de um hospital público federal universitário, entre julho e dezembro de 2019, aprovado pelo comitê de ética nº: 48212915.50000.534, com a inclusão de 1421 pacientes (homens = 806, mulheres = 615; adultos = 678 e idosos > 60 anos = 682). O diagnóstico do delirium foi feito via instrumento Confusion Assessment Method (CAM). A prevalência de delirium foi estimada e pacientes com (CD) e sem (SD) delirium foram comparados em relação a idade, sexo, causas da internação, morbidades prévias, polifarmácia, tempo de internação e óbito utilizando análises estatísticas univariadas (qui-quadrado) e multivariadas (regressão logística).

Resultados

A prevalência de delirium foi de 9,8% (n= 139), sendo mais prevalente em idosos (n= 99, 13,5%) do que adultos (n=40, n= 5,8%) (p=0.0001). Adultos com delirium internaram mais frequentemente com diagnóstico de alguma doença infecto parasitária (CD= 25,0%, n=10; SD= 6,2%, n =40) e transtornos psiquiátricos (CD=5,0%, n = 2, SD= 0,3%, n =2). Enquanto idosos com delirium internaram mais com doenças do aparelho respiratório (CD= 15,2%, n=15; SD = 7,2%, n= 47) ou do aparelho geniturinário (CD= 8,1%, n=8; SD= 3,6%, n=23). Ocorreu maior prevalência de delirium em pacientes com polifarmácia (CD = 71,2%, n= 99; SD= 51,6%, n=662, p=0,0001). A associação entre delirium e mortalidade também foi significativa (CD= 30,9%, n= 43; SD= 9,7, n=124, risco relativo = 4,183, IC95% = 2,791-6,269; p=0,0001). Análise multivariada indicou que a associação entre polifarmácia e óbito foi independente do sexo, idade e de morbidades prévias.

Conclusões/Considerações finais

Os resultados sugerem necessidade de estabelecimentos de protocolos de avaliação de delirium em pacientes que buscam serviços de urgência. Análises complementares permitirão avaliar o valor preditivo destas associações.

Palavras Chave

Delirium. Polifarmácia. Mortalidade.

Área

Clínica Médica

Autores

KASSEM DE OLIVEIRA HAMAD, THAMARA GRAZIELA FLORES