16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO PREDITOR DE RISCO DE OBITO HOSPITALAR DE IDOSOS

Fundamentação/Introdução

No Brasil existem alguns instrumentos de rastreamento de risco que são adaptados e validados para idosos. Entretanto, devido ao desconhecimento destes por boa parte dos profissionais de saúde, seu uso tem sido muito restrito.

Objetivos

Desenvolver um instrumento prático, de fácil aplicabilidade, capaz de predizer o risco de óbito na admissão de idosos em serviços de emergência hospitalar.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo longitudinal, do tipo coorte prospectiva, realizada em um pronto socorro de um hospital escola entre setembro de 2015 e outubro de 2016, aprovado pelo comitê de ética: 48212915.50000.534. Foram incluídos pacientes idosos e excluídos os incapazes de responder à pesquisa. Realizou-se um formulário composto por dados sociodemográficos e por uma avaliação clínico-funcional na admissão hospitalar, composta pelo Índice de Comorbidades de Charlson (ICC), circunferência de panturrilha, Escala de Fragilidade de Edmonton (EFE), Confusion Assessment Method (CAM) e Identification of Seniors at Risk (ISAR). Para a evolução hospitalar e o desfecho foi avaliado as complicações, tempo de internação e ocorrência de alta hospitalar ou óbito, coletados a partir de prontuários. Para avaliar a acurácia preditiva foi utilizada a curva ROC (Reciever Operating Characteristic). Utilizou-se métodos de validação cruzada para avaliar o desempenho do modelo selecionado para previsões fora da amostra.

Resultados

Foram avaliados 533 idosos, ocorrendo a inclusão de 493. Houve predominância do sexo masculino (56%), idade entre 60 a 105 anos (média de 72±8,78 anos), com predomínio de idosos jovens (45%). Os resultados sugerem significância estatística na associação de cinco fatores independentes com o óbito hospitalar: o idoso não poder contar com alguém durante seu cotidiano em questão da EFE, neoplasia como causa de internação, história de hospitalização prévia em questão do ISAR, CAM positivo para Delirium, e a idade. A curva ROC apresentou uma área de 0,749 abaixo da curva, sensibilidade (66,7%) e especificidade (73,45%).

Conclusões/Considerações finais

Identificou-se a associação do óbito de idosos admitidos em ambiente hospitalar com as variáveis: ausência de apoio familiar, neoplasia como causa de internação, presença de Delirium, hospitalização prévia e idade, que ao fazerem parte de um modelo preditivo, possibilitam predição de risco de óbito. Apesar de serem apresentados aspectos que sustentem a aplicabilidade do instrumento proposto, se faz necessária a realização de mais estudos de validação e confiabilidade.

Palavras Chave

Envelhecimento. Mortalidade. Serviços médicos de emergência.

Área

Clínica Médica

Autores

KASSEM DE OLIVEIRA HAMAD, THAMARA GRAZIELA FLORES