Dados do Trabalho
Título
PARADAS CARDIORRESPIRATORIAS EXTRA-HOSPITALARES E A ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO MOVEL DE URGENCIA (SAMU) EM UMA CIDADE DE MEDIO-GRANDE PORTE, NO SUL DO BRASIL
Fundamentação/Introdução
O prognóstico das vítimas de parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH) depende de fatores de acesso ao serviço de emergência e intrínsecos à vítima. Divergências regionais de acessibilidade ao SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) apontam que é preciso analisar o perfil das vítimas e a geografia do atendimento às PCREHs de forma pormenorizada, como por exemplo no âmbito municipal.
Objetivos
Analisar dados de PCREHs de uma cidade de médio-grande porte, no sul do Brasil de 2016 a 2018 para verificar possíveis correlações entre as variáveis e o desfecho primário: morte na cena ou retorno cardíaco espontâneo com posterior hospitalização.
Delineamento e Métodos
Estudo transversal retrospectivo referente às PCREHs coletadas de fichas do SAMU do município de Maringá, Paraná. Foram mapeadas 284 PCREHs não traumáticas, no perímetro urbano e com intervenção de reanimação. Uma matriz de pontos com coordenadas das bases do SAMU foi feita pelo software R versão 2.0 e criou-se buffer de assistência por meio da programação do Google Maps, com o tempo de deslocamento de veículos da base até os pontos circundantes. Tempos menores ou iguais a 8 minutos foram incluídos e o buffer representou a cobertura nesse período de varredura. Foi realizada uma regressão logística pelo Jamovi versão 2.0, entre o desfecho primário e variáveis independentes: hora do chamado, idade, sexo, dia da semana e cobertura em 8 minutos. O método apresentou uma curva ROC com AUC (Area Under the Curve) de 0,667.
Resultados
A cobertura em 8 minutos, apesar de contrário ao esperado, apontou que estar dentro da zona de cobertura não diminuiu a chance de morte no local (OR: 1,861; IC 95% 1,02 – 3,39; valor p: 0,043). O incremento de um ano à idade mostrou aumento em 1,9% na chance de mortalidade (OR: 1,861; IC 95% 1,002 – 1,037; valor p: 0,03). O horário do chamado, apontou que, partindo da meia noite, a cada hora do dia que se passa, a chance de óbito diminui em 6% (OR: 0.949; IC 95% 0,905 – 0.995; valor p: 0,03). As demais variáveis não foram estatisticamente significativas.
Conclusões/Considerações finais
As bases do SAMU têm uma ampla cobertura, mas não há indícios que isso garanta maior sobrevida, visto que há outros fatores associados à alta mortalidade por PCREH. Nesse sentido, são necessários estudos mais abrangentes para esclarecer a complexidade no atendimento dessas ocorrências e obter conclusões direcionadas a políticas públicas.
Palavras Chave
Parada Cardíaca Extra-Hospitalar, Serviços Médicos de Emergência, Análise Espacial.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Autores
ISADORA MARTINS BORBA, PEDRO HENRIQUE IORA, ANA LUÍSA STEINMACHER BATISTA, MARIA CAROLINA MOTA DOS SANTOS, LUCIANO DE ANDRADE