16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

TENDENCIA TEMPORAL DAS INTERNAÇOES POR FEBRE REUMATICA AGUDA NO BRASIL ENTRE 2009-2019

Fundamentação/Introdução

A Febre Reumática aguda se manifesta como uma doença com maior prevalência em países com menor nível socioeconômico e menor acesso a atenção básica de saúde, porém mantem a sua relevância em surtos nos países desenvolvidos, sendo uma condição que acomete ambos os sexos de forma quase que igualitária e que demanda gastos públicos consideráveis. Além disso, estudos que analisem a atual condição das internações por Febre Reumática aguda e suas complicações no país ainda são escassos, impossibilitando dimensionar o real impacto da doença.

Objetivos

Analisar a tendência temporal de internação por Febre Reumática Aguda no Brasil entre 2009 e 2019 de acordo com os coeficientes de internação por Febre Reumática Aguda gerais e específicos de acordo com as variáveis independentes de interesse (sexo, faixa etária por sexo, região do país, custos e caráter de atendimento) utilizando o número total de internações no período.

Delineamento e Métodos

Estudo ecológico de série temporal, realizado com dados do Sistema de Internação Hospitalar (SIH) do Departamento de Informática do SUS (Datasus). Foi calculada a Variação Anual Percentual (VAP) e a Taxa de Internação de cada faixa etária por sexo, sexo e regiões do Brasil, assim como custos (em Reais) e caráter de atendimento. A taxa de internação geral foi calculada por meio da razão entre o número de notificações de internações por Febre Reumática Aguda e a população total do Brasil, multiplicando por 100.000. Para cada ano do período foi calculado a taxa de internações segundo ano, sexo e faixa etária por sexo, regiões, caráter de atendimento e custos. Os valores foram calculados pela razão entre o número de internações por FR aguda segundo a variável dependente em questão pela população referente ao período por variável, multiplicando por 100.000. Para a análise das tendências temporais foi utilizado o método de regressão linear simples.

Resultados

Observou-se 42.226 internações por Febre Reumática Aguda no Brasil com tendência de redução na taxa geral, taxa média 1,89 casos/100 mil habitantes e redução de 70,62% (p <0,001). Redução das taxas em ambos os sexos (p <0,001), masculino: β= -0,233 e feminino: β= -0,242, com taxa média de 1,87 e 1,92 casos/100 mil habitantes e redução de 70,37% e 70,55%, respectivamente. Redução nas taxas segundo sexo e faixas etárias (p <0,001). Observada redução das taxas nas regiões do país (p <0,001) com maior redução no Sul (β= -0,383; p <0,001), Sudeste (β= -0,147; p <0,001) e Centro-Oeste (β= -0.356; p <0,001) com redução de 76,01%, 72,24% e 72,00%, respectivamente. Redução dos custos e em ambos os caráteres de internação foram evidenciados.

Conclusões/Considerações finais

Redução da tendência temporal de internação por Febre Reumática Aguda no Brasil em ambos os sexos e faixas etárias por sexo, com maiores reduções nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, assim como redução no caráter eletivo e emergencial das internações e nos custos hospitalares.

Palavras Chave

Internação; Tendência ; Febre Reumática Aguda

Área

Clínica Médica

Categoria

Área Acadêmica

Instituições

UNISUL - Santa Catarina - Brasil

Autores

JOAO VICTOR MENESES DE AGUIAR, NAZARE OTÍLIA NAZÁRIO, FRANCIELE CASCAES DE SILVA, GABRIEL ZIN HEUKO, RODRYGO NEI VALTMANN FANFA