Dados do Trabalho
Título
Tuberculose pleural após uso de infliximabe para artrite reumatóide: relato de caso
Fundamentação/Introdução
Complicação clínica decorrente de efeito colateral de medicação imunobiológica em paciente com artrite reumatóide
Objetivos
Relatar o caso de um paciente que faz uso de agente biológico anti TNF-alfa para tratamento de artrite reumatóide e desenvolveu tuberculose pleural decorrente da imunossupressão causada pela medicação
Delineamento e Métodos
Paciente feminina de 54 anos, tabagista, em tratamento para artrite reumatoide (AR) fazendo uso de prednisona, metotrexato, leflunamida e inibidor do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) Infliximabe, tinha prova tuberculínica ambulatorial negativa. Começou apresentar quadro de tosse produtiva, dispneia e febre persistentes. Recebeu tratamento para pneumonia por diversas vezes, sem resposta.
Em investigação mais aprofundada foi evidenciado em radiografia de tórax e tomografia de tórax opacidades homogêneas à direita, infiltrado retículo-nodular difuso bilateral e derrame pleural. Suspeitou-se de tuberculose (TB) miliar com derrame pleural exsudativo e pesquisa de BAAR e fungos negativos. Sem melhora, após nova drenagem de tórax foi visto derrame linfocítico e em análise de biópsia pleural identificou-se ausência de achados neoplásicos e presença de pleurite granulomatosa com necrose caseosa focal, diagnosticando o quadro como TB pleural e iniciado tratamento. Paciente segue em tratamento ambulatorial com boa resposta.
Resultados
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Conclusões/Considerações Finais
A TB é doença de alta prevalência no Brasil. Mesmo tendo seu número em queda de 2018-2020, a pandemia de Covid-19 dificulta a pesquisa e acesso da população aos centros de saúde. AR é doença comum entre a população e conta com medicações imunossupressoras em seu arsenal terapêutico, como os inibidores da TNF-α, sendo imperante a triagem de doenças que podem ser pioradas devido a baixa imunidade.
Sendo a TB doença prevalente no Brasil e a AR doença comum na população, é essencial o cuidado com as medicações imunossupressoras que podem ativar doenças latentes, como a tuberculose. Sua forma extra pulmonar bastante comum, o derrame pleural, apresenta-se de caráter exsudativo linfocitário, o que prejudicou a investigação de nossa paciente a princípio. Não tínhamos a nossa disposição análise de adenosina desaminase (ADA), que é presente em infiltrados desta etiologia e optamos pela biópsia, uma vez que o quadro era recidivante e estava ainda muito sintomático em nossa paciente.
Reiteramos a importância das complicações devido uso de medicações imunossupressoras com este caso
Palavras Chave
Tuberculose pleural, Infliximab, Imunossupressão, Artrite Reumatóide, Tuberculose Latente
Área
Clínica Médica
Instituições
Faculdade de Medicina de Marília - São Paulo - Brasil
Autores
LUIZ ALVES BARRETO PEREIRA, GUILHERME COSTA MUNHOZ, ANA BEATRIZ CARMELENGO MORAGAS, BIANCA DELA-MURA PASQUARELLI, ALINE CURTI