16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Recidiva de Síndrome Nefrótica por lesão mínima secundária à COVID-19

Fundamentação/Introdução

As informações acerca da COVID-19 como fator precipitante de síndrome nefrótica ainda são limitadas, porém já existem relatos de caso na literatura descrevendo essa associação.

Objetivos

O objetivo deste artigo foi relatar um caso de recidiva de síndrome nefrótica por lesão mínima secundária à infecção por SARS-CoV-2.

Delineamento e Métodos

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Resultados

Homem de 16 anos, portador de síndrome nefrótica por lesão mínima (confirmado com biópsia) desde os 7 anos de idade, estava há cerca de 1 ano sem uso de corticoide e sem recidiva da doença. Evoluiu com sintomas gripais, anosmia e ageusia, com resultado da reação em cadeia da polimerase positiva para SARS-CoV-2. Após 11 dias apresentou quadro de dor abdominal, vômitos, astenia e dispnéia, além de edema em membros inferiores, em face e ascite, procurando atendimento em setor de urgência onde foi constatado dessaturação (90% em ar ambiente), sendo iniciado suporte de O2. Como paciente apresentava histórico de síndrome nefrótica por lesão mínima e por evidência de proteinúria em sumário de urina, complementada investigação com proteinúria de 24 horas, com valor de 1,4 gramas, além de albumina de 1,21 e colesterol total de 398, sendo levantada hipótese de recidiva de síndrome nefrótica e optado por início de prednisona 1mg/Kg/dia e diureticoterapia. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas respiratórios e com regressão importante da anasarca (perda total de 10 kg), além melhora da proteinúria de 24 horas que passou para 0,211 gramas. Diante disso, optado por vigilância para desmame de corticoide e não realização de biópsia renal em primeiro momento, mantendo acompanhamento ambulatorial com boa resposta clínica.

Conclusões/Considerações Finais

A infecção por SARS-CoV-2 é caracterizada por inflamação sistêmica, mediada por interleucina-6 e fator de necrose tumoral-alfa, levando a hipercoagulabilidade e disfunção de múltiplos órgãos, além disso ocorre endotelite sistêmica e tropismo viral direto às células tubulares proximais renais e podócitos, levando à lesão renal, com uma apresentação clínica que varia de proteinúria e/ou hematúria glomerular à lesão renal com necessidade de terapia renal substitutiva. O presente artigo relatou um caso de recidiva de síndrome nefrótica por lesão mínima após infecção por SARS-CoV-2, alguns relatos de caso já demonstram essa associação, porém estudos ainda são necessários para que seja estabelecida uma relação causal entre tais doenças.

Palavras Chave

Síndrome Nefrótica; Lesão Mínima; COVID-19; Recidiva; SARS-CoV-2.

Área

Clínica Médica

Instituições

IMIP - Pernambuco - Brasil

Autores

DANIELA ARICIA OLIVEIRA ALVES, CAMILA MARIA FORMIGA DANTAS, MARCELA DOS SANTOS ARRUDA, DANIELY SOBREIRA CARIRY BARBOSA, PAULO SILVEIRA TASSO