16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: TROMBOSE DE VEIA MESENTERICA SUPERIOR E COMPLICAÇÕES

Fundamentação/Introdução

A Trombose Venosa Mesentérica (TVM) caracteriza-se pela isquemia da veia mesentérica superior (95% dos casos), na qual um trombo obstrui a veia em questão. A população mais acometida pela trombose mesentérica é composta pelo sexo masculino, com idades variando entre 45 e 60 anos. Quando a isquemia se restringe somente à mucosa, as manifestações clínicas se limitam à dores abdominais insidiosas, com piora pós prandial, distensão abdominal, náuseas, diarreia e vômitos.

Objetivos

O trabalho proposto visa mostrar a ocorrência e complicações que podem vir a surgir após o diagnóstico e conduta em casos de trombose de veia mesentérica superior.

Delineamento e Métodos

Paciente do sexo masculino, 58 anos, recebido em unidade de urgência com dor em região periumbilical há 15 dias evoluindo para dor intensa nos últimos 4 dias com irradiação para o dorso e piora após ingesta de alimentos e líquidos. Em resposta ao exame físico, observou-se regular estado geral. Ao exame abdominal observou-se abdômen globoso, flácido, com dor à palpação em lado direito e ruídos hidroaéreos presentes. A tomografia de abdômen total apresentou derrame pleural, borramento da gordura com formação de coleção em região de hipocôndrio direito, presença de trombo em veia porta, placas de calcificações e cisto cortical em rim esquerdo. Foi diagnosticado trombose em veia mesentérica superior e a conduta adotada foi laparotomia exploradora, enterectomia parcial e enteroanastomose, em caráter de urgência.

Resultados

Foi identificada isquemia de alça de delgado, feita a enterectomia de 40 cm com saída de trombos de vasos ressecados, ligadura e verificada hemostasia, confeccionada anastomose entérica término terminal. No quarto dia foi transferido para a enfermaria onde iniciou com quadros de dor em flanco esquerdo tipo cólica, após a ingesta de líquidos e alimentos e episódios de diarreicos de forte odor e cor verde escuro. Retornou para a unidade de terapia intensiva após dez dias de pós-operatório apresentando fistula com baixo débito. Foram prescritos cuidados de terapia intensiva, medicamentos, terapia anticoagulante e dieta parenteral. Após vinte e nove dias, obteve alta hospitalar.

Conclusões/Considerações Finais

A forma aguda da isquemia mesentérica é rara, porém tem alta taxa de mortalidade chegando a 70%. A combinação de diagnóstico precoce, métodos de imagem sofisticados e escolha individualizada das opções terapêuticas pode reduzir a morbi-mortalidade ligada à isquemia mesentérica que ainda apresenta taxas decepcionantes e que pouco mudaram nas últimas décadas.

Palavras Chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Unilago - São Paulo - Brasil

Autores

MARIANA BIAGGI, MARIA JULIA ZINI SITTA, AMANDA OLIVA SPAZIANI, RAISSA SILVA FROTA, CAMILA SIMARI TEIXEIRA DA SILVA