Dados do Trabalho

Título

Uso do inibidor DPP4 associado a insulinoterapia no Diabetes Autoimune do Adulto (LADA): Relato de caso

Fundamentação/Introdução

Introdução: A diabetes latente autoimune do adulto (LADA) é uma doença que afeta indivíduos em geral com mais de 35 anos, com clínica e genética compatível como fenótipo intermediário entre de diabetes tipo 1 e 2. A presença de anticorpos que atacam as ilhotas pancreáticas e ausência da necessidade de insulina por pelo menos 6 meses após o diagnóstico corroboram a hipótese. Como a LADA é uma combinação genética de diabetes tipo 1 (HLA DQB1) e diabetes tipo 2 (TCFL7L2), a história familiar dessas doenças é um importante preditor. O diagnóstico através da dosagem de anticorpos é de extrema relevância pois muda a abordagem terapêutica.

Objetivos

Objetivo: Relatar caso de paciente portadora de diabetes tipo LADA sem história familiar associada e terapêutica com insulinoterapia e inibidor de DPP4 para controle glicêmico.

Delineamento e Métodos

Caso: Paciente, sexo feminino, 57 anos, assintomática, procura serviço de Endocrinologia em janeiro de 2019 devido a alterações em exame laboratorial: glicemia de jejum 189mg/dL e hemoglobina glicada (HbA1c) 7.5%. Apresentava IMC de 24.6kg/m². Relata obesidade infantil e nega casos de diabetes em parentes de primeiro grau. Foi prescrito Cloridrato de Metformina XR 500mg/dL duas vezes ao dia por 6 meses, posteriormente associado a Dapagliflozina 10mg ao dia, com controle glicêmico satisfatório por cerca de 2 anos.

Resultados

Em março de 2021, apresentou piora do quadro glicêmico, com picos de hiperglicemia pós prandial e perda de 10kg nos últimos 2 anos. Foi solicitado exame para avaliação de peptídeo C e anticorpos. Resultado: glicemia de jejum 127 mg/dL; HbA1c 7.3%; frutosamina 342 mol/L; anticorpo anti-tirosino fosfatase superior a 400 UI/mL (positivo > 10 UI/mL); peptídeo C: 0.52 ng/mL (1,10 - 4,40 ng/mL). Após confirmação de LADA, passou a ser administrado: Insulina Tresiba 10 unidades ao dia, associada à Galvus Met (inibidor da DPP4) 50/500mg duas vezes ao dia, apresentando melhora no controle glicêmico.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: O diagnóstico de LADA é um desafio, uma vez que, os pacientes inicialmente são reconhecidos e tratados para DM tipo 2, devido à similaridade clínica. A dosagem dos anticorpos associado ao peptídeo C confirmou o diagnóstico. Chama-se atenção, a paciente que inicialmente se beneficiou do tratamento oral com biguanidas e inibidor de SGLT2 por 1 ano, evoluiu com perda do controle glicêmico, necessitando de insulinoterapia. O inibidor de DPP4 foi introduzido devido evidências recentes de efeito imunomodulador e de preservação células beta pancreáticas.