16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA DE COMORBIDADES E DO GRUPO RADIOLOGICO ESTRATIFICADOS PELO SEXO EM PACIENTES COM MEGAESOFAGO CHAGASICO EM HOSPITAL TERCIARIO DE GOIANIA, GO

Fundamentação/Introdução

O megaesôfago é uma das principais manifestações da doença de Chagas (DC), em que, apesar de sua grande prevalência, poucos estudos procuraram caracterizar as comorbidades associadas e diferenciá-las pelo sexo em pacientes portadores de megaesôfago chagásico.

Objetivos

Diferenciar as comorbidades e o grupo radiológico pelo sexo em pacientes portadores de megaesôfago chagásico.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal do tipo observacional descritivo retrospectivo em que se avaliou os prontuários dos pacientes com megaesôfago chagásico de 2010 até 2020 de hospital referência em DC em Goiânia, GO. Os dados foram tabulados com o software Excel® e analisados com o EpiInfo®.

Resultados

Foram analisados 401 prontuários, porém 344 prontuários preencheram os critérios de inclusão. Destes, 135 (39,24%) eram do sexo masculino e 209 (60,76%) eram do sexo feminino. Dos pacientes homens, 38 (28,14%) eram do grupo radiológico I, 40 (29,63%) do grupo II, 32 (23,70%) do grupo III e 25 (18,52%) do grupo IV. Das pacientes mulheres, 66 (31,58%) eram do grupo I, 84 (40,19%) do grupo II, 38 (18,18%) do grupo III e apenas 21 (10,05%) do grupo IV. As comorbidades entre os pacientes homens mais prevalentes foram a cardiomiopatia chagásica (52,50%), megacólon chagásico (33,33%) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) (25,19%). Entre as mulheres, as mais prevalentes foram HAS (54,07%), cardiomiopatia (47,37%) e megacólon (37,62%). As pacientes mulheres tiveram uma chance maior de ter DRGE que os pacientes homens com um risco relativo de 1,96 (1,04-3,6) e um p= 0,025, elas também tiveram maior chance de possuir HAS com um risco relativo de 1,69 (1,27-2,2) e p=0,002, hipotireoidismo com um risco relativo de 1,83 (1,04-3,21) e p=0,025 e megacólon com um risco relativo de 1,44 (1,05-1,98) e p=0,022, havendo diferenças significativas estatisticamente apenas nessas doenças.

Conclusões/Considerações finais

Apesar de haver mais pessoas do sexo feminino no estudo, os pacientes masculinos foram os que evoluíram para grupos radiológicos mais avançados da DC. Porém, as mulheres tiveram maior chance de ter comorbidades associadas ao megaesôfago, visto que elas possuíram maior risco de ter HAS, DRGE, hipotireoidismo e megacólon. Além disso, nota-se que as três comorbidades mais prevalentes em ambos os sexos foram HAS, cardiomiopatia e megacólon chagásicos, o que nos alerta para sempre pesquisar as manifestações da DC e demais comorbidades que podem influenciar diretamente no tratamento e sobrevida desses pacientes.

Palavras Chave

Doença de Chagas; Acalasia Esofágica; Comorbidade

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

ARTHUR MAROT DE PAIVA, GABRIEL BAÊTA BRANQUINHO REIS, PEDRO HENRIQUE DE ÁVILLA PERILLO, DIOGO HENRIQUE SALIBA SOUZA, JOFFRE REZENDE FILHO