16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Abscesso de iliopsoas bilateral secundário associado à peritonite bacteriana: um relato de caso

Fundamentação/Introdução

Introdução: O abscesso de iliopsoas é uma condição rara, definida como coleção piogênica no compartimento do músculo iliopsoas que ocorre por disseminação hematogênica ou secundária a uma infecção adjacente. Vem, nos últimos anos, apresentando elevação na incidência de diagnósticos devido ao avanço das técnicas de imagem.

Objetivos

Objetivos: descrever um caso de abscesso de iliopsoas bilateral secundário à infecção urinária e sua evolução.

Delineamento e Métodos

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Resultados

Descrição do caso: mulher, 56 anos, diabética, admitida em hospital terciário apresentando dor em abdome inferior, astenia e perda de 17 kg em 4 meses; além de dor lombar moderada que piorava à movimentação. Identificado ao exame físico abdome globoso e doloroso à palpação em fossa ilíaca esquerda, sem sinais de irritação ou massas palpáveis. Exames laboratoriais revelaram leucocitose (24.400/ul), PCR 102 mg/L e sumário de urina exibindo 30 leucócitos/campo; nitrito positivo e bactérias presentes, com início de Ceftriaxona. Solicitada ultrassonografia (USG) de rins e vias urinárias, que mostrou ascite acentuada, sem outras anormalidades e, à paracentese diagnóstica, evidenciadas 1.024 células/mm3 (100% de neutrófilos); proteína total 30,2 g/dl e desidrogenase lática (DHL) 34.875 U/l, sendo aventada hipótese de peritonite bacteriana. Realizada Tomografia (TC) de abdome que revelou volumosa coleção extraperitoneal no compartimento iliopsoas bilateralmente, sendo associada Vancomicina ao esquema antibiótico e submetida à drenagem percutânea guiada por USG com colocação de cateter pigtal, que revelou saída de mais de 1.000 ml de secreção piogênica, com 800.000 células/mm3 (100% de neutrófilos), DHL 4.150 U/L e proteínas 8 g/dl. Apresentou culturas, HIV, PCR para detecção de Tuberculose e GeneXpert da coleção todos negativos. Isolada Klebsiella pneumoniae sensível à Ceftriaxona em Urocultura de entrada, atribuindo-se o quadro como secundário à infecção urinária, e suspensa Vancomicina. A paciente recebeu alta hospitalar após 21 dias de tratamento e TC de controle evidenciando redução considerável da coleção. Evoluiu com melhora clínica e sem novos sintomas.

Conclusões/Considerações Finais

Considerações finais: o presente artigo buscou relatar um caso de abscesso de iliopsoas bilateral secundário à infecção urinária por Klebsiella pneumoniae e associado à peritonite bacteriana em uma paciente diabética, condição incomum e pouco relatada, que pode associar-se a grande morbimortalidade quando não identificado e tratado prontamente.

Palavras Chave

Abscesso de iliopsoas; abscesso de iliopsoas bilateral; peritonite bacteriana

Área

Clínica Médica

Instituições

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) - Pernambuco - Brasil

Autores

RENATA SPINELLI RESENDE, MIRIAM BARRETO BAIÉ, MARCELA DOS SANTOS ARRUDA, TÁCIO SALAMÉ HERSZENHORN, ANDRÉ LUIZ FERREIRA