16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA INSULAR DE TIREOIDE: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: O carcinoma insular da tireóide é uma entidade rara, batizada em 1984 por Carcangiu que o descreveu histologicamente como conglomerados sólidos que se assemelham às ilhotas pancreáticas, com células pequenas e uniformes. Clínica e morfologicamente, encontra-se entre o carcinoma bem diferenciado (papilífero ou folicular) e o carcinoma indiferenciado (anaplásico) da tireoide, sendo um tumor propenso à recorrência, metástases à distância e alta mortalidade.

Objetivos

Objetivos: Descrever diagnóstico, tratamento e evolução de um caso de carcinoma insular de tireoide.

Delineamento e Métodos

Descrição do caso: Mulher, 79 anos de idade, portadora de bócio multinodular, submetida à tireoidectomia total em março de 2016, com laudo histopatológico apontando duas variantes na mesma peça: carcinoma insular multifocal (maior nódulo com 2,5 cm de diâmetro) em lobo esquerdo (LE) e carcinoma folicular em lobo direito (LD). A neoplasia insular apresentava invasão angiovascular e estendia-se extra-cápsula para tecido fibromioresidual (pT4apNXpMX). A paciente foi classificada como alto risco para recorrência, sendo indicada para terapia supressiva de TSH e iodoterapia ablativa. A pesquisa de corpo inteiro (PCI) pré-dose evidenciou captação em região cervical anterior e presença de metástases pulmonares bilateralmente, sendo então submetida à dose terapêutica de iodo com 200 mCi em dezembro de 2016. A PCI pós-dose corroborou os achados prévios. A tireoglobulina (Tg) suprimida, três meses após a cirurgia, era de 1,3 ng/ml, evoluindo para 0,6 ng/ml após a dose terapêutica de iodo, com anti-tireoglobulina negativa.

Resultados

A paciente foi mantida em terapia supressiva de TSH por 5 anos, e o seguimento feito através da realização de ultrassonografia cervical e dosagem de Tg anuais. Até o presente momento, ela apresenta sobrevida de 5 anos, sem sinais de recidiva e com Tg suprimida < 0,2 ng/ml, sendo a supressão do TSH descontinuada a partir de então. Ademais, a filha dessa paciente foi diagnosticada com câncer de tireoide aos 59 anos de idade, e também apresentava variantes histológicas distintas em cada lobo — folicular no LD e papílifero variante folicular no LE.

Conclusões/Considerações Finais

Considerações finais: Devido a agressividade do carcinoma insular de tireoide (presença de metástases pulmonares ao diagnóstico), e de condição clínica adversa (idade avançada), o manejo com tireoidectomia total, dose terapêutica de iodo e terapia supressiva de TSH mostrou-se eficaz para garantir sobrevida de 5 anos livre de progressão de doença.

Palavras Chave

Carcinoma; Tireoide, Neoplasia, Insular.

Área

Clínica Médica

Autores

JULIANO SOUSA BARROS, CASSIO ANTONIO BEZERRA DE OLIVEIRA, GABRIEL PACHECO RYMSZA, EDUARDO DE PINHO DOMINGUES, VITOR MAUÉS LOPES