Dados do Trabalho
Título
EMBOLIA SÉPTICA PULMONAR SECUNDÁRIA A ABCESSO RENAL
Fundamentação/Introdução
A embolia séptica pulmonar (ESP) secundária ao abcesso renal é rara, de difícil diagnóstico e grave, evidenciando a relevância do caso relatado.
Objetivos
Relatar um caso raro de ESP secundária a abcesso renal em mulher de 33 anos.
Delineamento e Métodos
Feminina, 33 anos, diabética, queixa-se de hiporexia, fraqueza, náuseas e discreta disúria. Após 2 dias, internada por dorsalgia irradiada para abdome e membro inferior direito e náuseas, prescrito sintomáticos. Na admissão, HGT 389mg/dL, regular estado geral, hipocorada, desidratada, pele pegajosa, taquipneica, taquicárdica, abdome doloroso a palpação em baixo ventre, ausência de irritação peritoneal, punho percussão lombar negativa. Nos exames laboratoriais: leucocitose, gasometria arterial indicando acidose metabólica e parcial de urina com cetonas, hemoglobina, leucócitos e poucas bactérias. Levantada hipótese de cetoacidose diabética (CAD) descompensada por infecção do trato urinário, iniciada terapia com ciprofloxacino além da correção da CAD. A hemo e urocultura admissionais apresentaram crescimento de Klebsiella pneumoniae. Os exames radiológicos mostraram múltiplos nódulos sólidos, escavados, esparsos pelos pulmões sugestivos de embolia séptica e no abdome, pielonefrite bilateral com coleção líquida no polo superior do rim direito e microlitíase. Suspenso o ciprofloxacino e iniciado a ceftriaxona. Realizou-se uma punção abdominal guiada por tomografia computadorizada para coleta de cultura. As novas hemo e urocultura foram negativas e a cultura do abscesso foi positiva para Klebsiella pneumoniae multisensível. Suspensa a ceftriaxona e iniciada piperacilina sódica com tazobactam. Paciente evoluiu com melhora clínica e laboratorial, recebendo alta hospitalar após 16 dias.
Resultados
A ESP é uma condição rara, porém grave. A clínica e os achados radiológicos inespecíficos o que atrasa o diagnóstico. Além dos sintomas da infecção primária, a bacteremia é manifestação mais comum. Os abcessos renais, foco infeccioso primário da paciente, são uma causa rara de ESP, demonstrando a relevância clínica do caso. O prognóstico está relacionado ao controle da patologia de base, que no caso clínico evoluiu bem com a antibioticoterapia e drenagem percutânea.
Conclusões/Considerações Finais
A ESP secundária a abcesso renal deve ser considerada se manifestações clínicas sugestivas, principalmente em pacientes com fatores de risco como a diabetes, igual ocorrido no caso, a fim de otimizar o tratamento e obter melhor prognóstico.
Palavras Chave
Embolia séptica pulmonar; abcesso renal
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Autores
JULIANO CASAGRANDE BITENCOURT, BRUNA ROMAGNA PETERLE, ANNA FLÁVIA CAMPEDELLI ARCOVERDE, CAIO CÉSAR ERTHAL, FRANCIELI CRISTINA DREON