Dados do Trabalho

Título

MIOMECTOMIA EM GESTANTE NO SEGUNDO TRIMESTRE

Fundamentação/Introdução

Os leiomiomas uterinos são os tumores pélvicos benignos mais comuns das mulheres em idade reprodutiva, com incidência variando de 5,4% a 77%, são observados em cerca de 3 a 12% das gestações, podendo contribuir para a instalação de complicações ao longo do ciclo gravídico puerperal. Particularmente, os leiomiomas que distorcem a cavidade uterina e os intramurais de maior tamanho têm sido associados a má apresentação, placenta prévia, parto prematuro, cesariana e aumento do risco de hemorragia periparto.

Objetivos

Relatar um caso de miomectomia em gestante no segundo trimestre.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente feminina, 32 anos, retorna com exames laboratoriais, com HCG subunidade beta superior a 25 mUi/ml. A data da última menstruação foi dia 23/02. Nega comorbidades. Solicitada ecografia transvaginal de primeiro trimestre, a qual demonstrou útero com aspecto bicorno, aumentado de volume, com coleção anecóide com aspecto de saco gestacional, à esquerda, medindo 10,9 mm. No dia 28/04, com idade gestacional de 10 semanas e 01 dia, foi realizado ultrassom, o qual demonstrou massa sólido pélvica abdominal à direita, sem plano de clivagem com o útero, medindo cerca de 12,1 x 8,3 cm, compatível com mioma exofítico. Foi solicitado, ecografia transvaginal com doppler, que demonstrou útero gravídico, com saco gestacional íntegro, presença de massa sólida heterogênea supra-uterina medindo +-15,5 x 10,4 cm, com áreas de degeneração cística, pouco vascularizada, com aspecto de mioma suberoso fúndico e pediculado. Com 14 semanas foi realizada ecografia, mostrando mioma subseroso medindo agora +-17,0 x 12,0 cm. Devido ao caso clínico, foi realizada, no dia 02/06, miomectomia com preservação de gravidez. A ecografia realizada após a cirurgia, com 17 semanas, demonstrou gestação tópica, com feto único, em apresentação cefálica. A data provável do parto ao USG foi de 29/11, e no exame não foram detectadas anomalias fetais ou placentárias, havendo bom desenvolvimento fetal. O seguimento do pré-natal se deu sem mais anormalidades.

Conclusões/Considerações Finais

Expõe-se um caso clínico de leiomioma uterino no primeiro trimestre de gestação e miomectomia durante o segundo trimestre, salientando a importância de não desconsiderar a possibilidade mesmo em pacientes assintomáticas, onde o diagnóstico é feito comumente por um exame de imagem realizado por outro motivo. Alem do mais, destaca-se a importância da individualização da conduta para cada caso.

Palavras Chave

Miomectomia, miomectomia em gestante.