16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

LEISHMANIOSE VISCERAL NO PARA: UM OLHAR EPIDEMIOLOGICO

Fundamentação/Introdução

A leishmaniose visceral é uma antropozoonose causada por protozoários do gênero Leishmania cujos vetores principais são os mosquitos das espécies Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi. Embora inicialmente atingisse quase que exclusivamente ambientes rurais, a partir da década de 80 observou-se crescimento em centros urbanos. No Pará, os casos autóctones localizam-se principalmente na região oeste e nordeste do estado.

Objetivos

Descrever a epidemiologia da leishmaniose visceral no estado do Pará.

Delineamento e Métodos

Este estudo foi executado a partir de um desenho transversal, retrospectivo e de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de informática do SUS (DATASUS). Foram incluídos casos confirmados de leishmaniose visceral (CID10 – B55.0) notificados no estado entre os anos de 2010 e 2019 considerando as variáveis: idade, sexo, raça/cor, zona de residência e evolução. As informações foram tabuladas através do software Microsoft Excel 2016.

Resultados

No período analisado foi registrado um total de 3.649 casos da patologia no estado, dos quais 2.217 (60,7%) são de indivíduos do sexo masculino e 1.432 (39,2%) do sexo feminino. Quanto a idade observou-se que os menores de 5 anos foram os mais acometidos, somando 1.477 (40,4%); em contrapartida, o grupo etário com menos casos foi o de 80 anos ou mais, com 23 (0,6%) notificações. No que tange à raça/cor, observou-se predomínio de Pardos, com 2.813 (77%), seguidos por: Pretos, com 310 (8%); Brancos, com 288 (7,8%); Ignorados/Em Branco, com 190 (5%); Amarelos, com 30 (0,08%) e Indígenas, com 18 (0,04%). 2.006 (54,9%) dos indivíduos residiam na zona urbana, 1.488 (40,7%) habitavam a zona rural, 122 (3,3%) constavam como Ignorados/Em Branco e 33 (0,9%) residiam na zona periurbana. Na variável evolução predominou a Cura, com 2.440 (66,8%) notificações, seguida por: Ignorados/Em Branco, com 637 (1,3%); Transferência, com 270 (0,7%); Óbitos, com 257 (7%); Abandono, com 45 (1%).

Conclusões/Considerações finais

Observa-se predominância da leishmaniose visceral em homens, menores de 5 anos, autodeclarados pardos e residentes na zona urbana. Embora a maior parte dos casos evolua positivamente, os dados chamam atenção para a necessidade da expansão de campanhas de prevenção à patologia, em especial na zona urbana e dentro dos grupos de maior risco.

Palavras Chave

epidemiologia; leishmaniose visceral; ecossistema amazônico

Área

Clínica Médica

Instituições

UEPA - Pará - Brasil

Autores

RUAN DAVI REBOUÇAS DE SOUSA, SÁVIO FERNANDES SOARES, LUAN MORAES FERREIRA, LETÍCIA SANTANA MAGALHÃES