Dados do Trabalho
Título
Abscesso orbitário intraconal secundário a rinossinusite aguda: Relato de caso
Fundamentação/Introdução
Entre as complicações de maior gravidade na rinossinusites, encontram-se os abscessos orbitários intraconais, caracterizados por exoftalmia irredutível e dolorosa, com importante prejuízo da acuidade visual.
Objetivos
Descrever os aspectos clínicos, propedêuticos e terapêuticos envolvidos na abordagem de um abscesso orbitário secundário a rinossinusite aguda.
Delineamento e Métodos
Estudo Descritivo
Resultados
Paciente sexo feminino, 46 anos, diabética tipo II, deu entrada com quadro de cefaleia hemicraniana esquerda persistente há aproximadamente 45 dias de evolução, iniciada após quadro de COVID-19. Na admissão queixava-se também de dor ocular esquerda, otalgia esquerda, odinofagia e hipoestesia facial esquerda. Ao exame, presença de edema periorbitário discreto à esquerda, sem sinais flogísticos exuberantes. Oroscopia e otoscopia sem alterações. A tomografia computadorizada (TC) de crânio revelou espessamento da mucosa das células etmoidais a esquerda e seio maxilar esquerdo. Foi iniciado um esquema de amoxicilina com clavulanato de potássio endovenoso, antiinflamatório não-esteroidal e analgesia oral. Os exames laboratoriais do quarto dia de internação, revelavam leucócitos: 6820/mm3; hemoglobina: 11,4g/dl; plaquetas: 234000/mm3; proteína C reativa: 27mg/dl. No sexto dia de internação, a paciente evoluía sem melhora da cefaleia, associada a dor ocular intensa, fotofobia, visão turva, diplopia e proptose leve a esquerda. Foi realizado nova TC de crânio, evidenciando espessamento de partes moles intra e extraconal a esquerda. Sendo instituído um novo esquema antimicrobiano, com vancomicina e ceftriaxona. A ressonância magnética de órbita realizada no sétimo dia de internação, evidenciou sinusopatia maxilar e etmoidal a esquerda, com a presença de material isointenso infraorbitário com captação de contraste, provável ruptura da lâmina papirácea e invasão da gordura intraconal a esquerda. No décimo primeiro dia de internação, a paciente foi transferida para outra unidade hospitalar sendo realizado drenagem cirúrgica convencional do abscesso orbitário esquerdo pela equipe de otorrinolaringologia, evoluindo com melhora dos sintomas e sem sequelas.
Conclusões/Considerações Finais
É preciso ressaltar que o diagnóstico precoce, através de achados clínicos e radiológicos, associado ao tratamento antimicrobiano e a indicação cirúrgica adequada são condições essenciais para se prevenir sequelas irreversíveis ou evolução fatal nestes casos.
Palavras Chave
Palavras-chave: Sinusite; Abscesso; Dor ocular.
Área
Clínica Médica
Instituições
Hospital Municipal de Governador Valadares - Minas Gerais - Brasil
Autores
THIAGO DORNELAS DE OLIVEIRA, TAINÁ DE SOUZA NEGRI MACHADO, ANA CAROLINA ARAÚJO SILVA, ANA BEATRIZ ARAÚJO LUCCA, YASKARA LESSA LISBÔA BALLARD