16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Isquemia mesentérica como consequência do COVID-19: relato de caso

Fundamentação/Introdução

INTRODUÇÃO: Muito se discute a relação de eventos trombóticos e a infecção pelo SARS-CoV-2. A isquemia mesentérica, um quadro de abdômen agudo desencadeado por insuficiência de aporte sanguíneo para o intestino, grave e de alta letalidade, pode ser uma complicação da COVID19 e sua incidência aumentou desde o início da pandemia.

Objetivos

OBJETIVO: Relatar um caso de isquemia mesentérica em paciente positivo para Covid-19 em recuperação nutricional após tratamento clínico e cirúrgico.

Delineamento e Métodos

DESCRIÇÃO DO CASO: Sexo masculino, 59 anos, sem histórico de comorbidades esteve em consulta ambulatorial com queixa de cansaço e dor de garganta, tendo sido diagnosticado COVID19 por exame de RT-PCR. Após 03 semanas, mantinha-se astênico, inapetente e taquipneico. Apresentou-se à emergência apresentando dor abdominal difusa e ausência de evacuações há 2 dias. Avaliado pelo generalista, foram solicitados exames laboratoriais que evidenciaram elevação de enzimas hepáticas, além de leucocitose, às custas de neutrófilos (3% de bastões); a tomografia (TC) de abdome foi inocente e a TC de tórax mostrava zonas em vidro fosco periféricas. Optou-se por internação clínica, tendo sido iniciado antibiótico empírico. Em 48 horas, houve piora clínica com hipotensão, alteração do nível de consciência e do padrão respiratório, além de elevação de D-Dímero (1.110 ng/mL) e de outros marcadores inflamatórios como a proteína C reativa (253mg/L). Feita nova TC de abdome e avaliação da cirurgia geral.

Resultados

A TC contrastada de abdome foi sugestiva de isquemia mesentérica, confirmada durante laparotomia exploratória: alças de jejuno- íleo de 70cm do ângulo de Treitz até o cólon transverso com sinais de isquemia e necrose, e líquido necropurulento na cavidade. Feita ileocolectomia direita e enterectomia, com ostomia terminal com alça de jejuno, e fechamento do coto do cólon transverso. O paciente permaneceu internado por 30 dias, recebendo alta e segue sendo acompanhado ambulatorialmente de forma multidisciplinar pela clínica médica, cirurgia digestiva, nutrologia e psicologia para tratamento da síndrome do intestino curto, estando em programação para reconstituição do trânsito intestinal.

Conclusões/Considerações Finais

CONCLUSÃO: Por ser um tema ainda escasso na literatura, é necessário apontá-la
como hipótese diagnóstica quando se apresentam pacientes com quadro de abdome agudo e infecção pelo SARS-CoV-2, possibilitando melhorar a assistência médica e as chances de sobrevida para tais pacientes.

Palavras Chave

PALAVRAS-CHAVE: COVID19. Isquemia Mesentérica. Síndrome do Intestino Curto.

Área

Clínica Médica

Autores

ASHLEY BEATRIZ DE ARROXELAS TENORIO, ANA LUIZA DA SILVA OLIVEIRA, ROSAMARIA RODRIGUES GOMES, LUCAS CORREIA LINS