Dados do Trabalho
Título
Cefaleia como manifestação principal na Crise Renal Esclerodérmica: Um Relato de Caso
Fundamentação/Introdução
A Crise Renal esclerodérmica (CRE) é uma emergência clínica com fisiopatologia não totalmente compreendida, visto ser um evento raro. O relato abaixo apresenta caso em que o motivo da procura pelo Pronto Socorro (PS) foi cefaleia não habitual.
Objetivos
Divulgar caso de insuficiência renal aguda de etiologia rara na Emergência. Demonstrar importância de ampliar os diagnósticos diferenciais de cefaleia inédita.
Delineamento e Métodos
N.A.A , feminino, 57 anos, comparece ao PS com história de síndrome gripal por covid-19 há 02 meses tratada em domicilio com medicações sintomáticas. Há 01 semana, iniciou quadro de confusão mental esporádica e períodos de amnésia. Há 04 dias, iniciou cefaleia de forte intensidade, em aperto, na região occipital associada a náuseas e vômitos que ocorre 03 vezes ao dia com melhora parcial com analgésicos via oral. Paciente apresentou também queixa de paresia de MSD e MMII. Nega parestesia, síncope, convulsões. Como comorbidade prévia, possui Esclerose sistêmica (ES) do tipo Cutânea difusa. Realizou último ciclo de tratamento com ciclofosfamida há 04 meses e, após, houve acompanhamento irregular no ambulatório. Ao exame físico, destaca-se hipertensão (160x110) e perda de força global discreta, sem sinais focais.
Devido história de Pós covid 19, solicitado angiotomografia de crânio por suspeita de Trombose Venosa Central. Tal exame não pôde ser realizado por lesão renal aguda detectada em exames bioquímicos na admissão. Realizado hemograma o qual apresentou plaquetopenia (54 mil) e pesquisa positiva para esquizócitos em sangue periférico. Devido a história clínica associada a achados laboratoriais, a investigação de trombose venosa central foi suspensa. Paciente foi transferida para a sala de emergência e iniciado manejo para CRE.
Resultados
O tratamento específico foi realizado com Captopril 150 mg/dia, sendo otimizado para a meta de PAS < 130 e PAD < 90. Paciente mantida em suporte intensivo por 03 dias, recebendo alta para enfermaria. Após 28 dias de internação hospitalar e 02 semanas em retorno ambulatorial, a função renal da paciente não apresenta recuperação, evoluindo para hemodiálise.
Conclusões/Considerações Finais
Vê-se pelo exemplo do caso clínico que CRE, apesar de não ter alta prevalência, deve ser um diagnóstico diferencial em portadores de ES no Pronto Atendimento. A mortalidade pela doença pode ser evitada pelo diagnóstico precoce, porém o prognóstico é reservado, podendo afetar a função renal de forma definitiva em muitos casos.
Palavras Chave
cefaleia; emergência; renal; esclerose
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Universidade de Uberaba - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil
Autores
AMANDA LIVIA SILVA MOURA, JULIANA MARKUS, GEORGIA MANSUR, DIOGO LEMOS ARAUJO, TIAGO LUCAS TADEU CARVALHO CASTRO