Dados do Trabalho
Título
ANALISE DA PREVALENCIA DE COVID-19 EM INDIVIDUOS SOBREPESO E OBESOS DO HUSF
Fundamentação/Introdução
A obesidade cursa com alterações metabólicas e inflamatórias que inclui, entre outras, expressão aumentada do sistema renina angiotensina aldosterona. A fisiopatologia do novo corona vírus sugere afinidade pelos receptores da enzima conversora de angiotensina 2, tempestade de citocinas e hipercoagulabilidade sistêmica. Dessa forma, a obesidade poderia contribuir para a pior evolução de indivíduos com COVID-19.
Objetivos
Avaliar a prevalência de infecção por COVID-19 em pacientes sobrepeso e obesos do Hospital Universitário São Francisco de Assis (HUSF), em Bragança Paulista, SP.
Delineamento e Métodos
Estudo observacional retrospectivo com revisão de prontuários dos pacientes positivos para COVID-19 do HUSF. Dados demográficos, antropométricos e metabólicos coletados para análise de correlação entre obesidade e COVID-19 sob CAAE: 34121820.3.0000.5514.
Resultados
Foram analisados 360 prontuários, sendo incluídos 125. Destes 22,4% (28) são eutróficos, 37,6% (47) sobrepeso e 40% (50) obesos, sendo 55,2% homens e 44,8% mulheres, com 33,6% de óbito total. Dos internados em UTI 46,07% foram a óbito, 31,82% precisaram de terapia renal substitutiva (TRS), 75% necessitou de intubação orotraqueal, sendo que 59,09% evoluíram a óbito. Quando avaliado por subgrupos foram a óbito 46,4% eutróficos, 27,6% sobrepesos e 32% obesos. Necessitaram de UTI e TRS, respectivamente, 75% e 28,5 % eutróficos, 70,2% e 21,2% sobrepesos e 70% e 22% obesos. Cerca de 68% eutróficos e sobrepesos possuíam comorbidades, bem como 72% obesos. Apresentaram comprometimento tomográfico superior a 50% cerca de 32% dos eutróficos contra 53% dos sobrepeso e 50% dos obesos. Haviam 14% dos eutróficos com idade inferior a 50 anos, contra 36% sobrepesos e obesos. A média de idade dos obesos foi significativamente menor do que os sobrepeso e eutróficos, tanto na média geral (p-value 0.002) como na média de idade de mortalidade (p-value 0.003). A média de cálcio plasmático da última amostra coletada na internação dos obesos foi significativamente maior que a dos sobrepeso e eutróficos (p-value 0.0007). A média da hemoglobina na primeira amostra da internação também estava significativamente aumentada nos obesos comparada aos demais grupos (p-value 0.0413). Já a concentração plasmática de uréia da primeira amostra da internação dos eutróficos foi superior aos sobrepeso e obesos (p-value 0.0365).
Conclusões/Considerações finais
A obesidade contribui para alterações metabólicas e mortalidade precoce em indivíduos com COVID-19.
Palavras Chave
Obesidade; COVID-19; Mortalidade; Pior prognóstico; Humanos;
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Instituições
Universidade São Francisco - São Paulo - Brasil
Autores
GIOVANNA ULIANA RODRIGUES, DANIELA SOARES RAZOLLI