Dados do Trabalho
Título
Hepatite autoimune - Relato de caso
Fundamentação/Introdução
A hepatite autoimune (HAI) é uma doença necroinflamatória crônica do fígado, cuja etiologia ainda não está bem estabelecida. Há um predomínio do sexo feminino e está relacionada com a predisposição genética, a deficiência na tolerância imunológica e a agentes desencadeadores externos. Contempla desde a forma assintomática até quadros mais severos, como a hepatite fulminante. Cada apresentação pode sugerir uma lesão hepática viral aguda, tóxica ou induzida por drogas, o que pode atrasar o diagnóstico da HAI. Apresenta geralmente um quadro clínico com início insidioso e com sintomas inespecíficos. O diagnóstico contempla elevação de transaminases, hipergamaglobulinemia, presença de autoanticorpos e achados histológicos específicos. Os pilares do tratamento são corticóide associado ou não a azatioprina.
Objetivos
Relatar o caso de uma paciente internada no serviço de Clínica Médica do Hospital Policlin Nove de Julho, no município de São José dos Campos, diagnosticada com hepatite autoimune aguda grave. Realizar uma breve revisão da literatura e relacionar com o caso apresentado.
Delineamento e Métodos
Revisão de prontuário e revisão de literatura.
Resultados
ECO, feminino, jovem, primigesta, com todas as consultas de pré natal realizadas periodicamente, sem evidências de alterações clínicas e sorologias para hepatite negativas. Na 36º semana, em consulta de pré-natal, apresentou aumento pressórico, associado a quadro de náuseas, vômitos, cefaléia e febre não aferida. Evidenciado aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia, devido a suspeita de Síndrome de HELLP, optado por parto cesárea de urgência. Paciente esteve bem até o trigésimo quarto dia de pós operatório, quando procura ps referindo quadro de dor abdominal, febre, náuseas e vômitos há 4 dias evoluindo com icterícia, colúria e acolia há 1 dia e presença de aumento de enzimas hepáticas. Paciente se manteve internada, sendo excluída hipótese de sd colestática após exames e evolui rapidamente com piora do quadro clínico com insuficiência respiratória, sendo necessário suporte em uti, iot, uso de droga vasoativa e diálise. Paciente encaminhada para unidade de transplante hepático com urgência.
Conclusões/Considerações Finais
Em pacientes gestantes sabe-se sobre níveis reduzidos de marcadores hepáticos o que contradiz a aferição dos mesmos nas puérperas, que apresentam níveis elevados de transaminases. A HAI não tratada apresenta mau prognóstico, com taxas de sobrevida de cinco anos em 50% dos casos, devendo-se analisar a necessidade de transplante nos casos de hepatite fulminante.
Palavras Chave
hepatite autoimune; gestante; hepatite; jovem; hepatite fulminante; transplante hepático
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Médica
Instituições
Instituto Policlin de Ensino e Pesquisa - São Paulo - Brasil
Autores
NATHALIA MACHADO SOLDI, BRUNA STECCA ZEQUE, NATHALIA TROMBINI BELARMINO, SYLVIO JOSÉ MACEDO BECKER, JOÃO MANUEL THEOTONIO SANTOS