16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

GAMOPATIA MONOCLONAL ASSOCIADO A LINFOMA LINFOCÍTICO DE PEQUENAS CÉLULAS: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O envolvimento da medula óssea (MO) quando há hipergamaglobulinemia monoclonal pode indicar mieloma múltiplo (MM), macroglobulinemia de Waldestrom (MW) ou alguns linfomas, como o linfoma linfocítico de pequenas células (LLPC) que é uma variante da leucemia linfocítica crônica (LLC).

Objetivos

Relatar caso suspeito de MM, mas que de fato possuia gamopatia monoclonal associada a LLPC.

Delineamento e Métodos

Foram coletados dados do prontuário do paciente e revisão da literatura.

Resultados

Homem, 78 anos, foi encaminhado para investigação de MM devido a hipergamaglobulinemia monoclonal, anemia e insuficiência renal. Também foram identificadas dentro da normalidade as imunoglobulinas séricas, biópsia de medula óssea e mielograma. O perfil imunofenotípico apresentou população de linfócitos B anômalos = 17,5% com os seguintes marcadores positivos: cadeia leve kappa, CD19, CD20***, CD23, CD200, CD45, CD79b, CD22, CD25, CD5*, IgM, IgD. Como resultado do exame de FISH para leucemia linfoide crônica apresentou deleção do gene RB1. Em exame do gene MYD88 não havia mutação L265P. No PET-CT obteve-se um estudo sem evidências de lesões hipermetabólicas. Sendo assim, excluiu-se o diagnóstico de MM e definiu-se o de LLPC/LLC. De acordo com os dados apresentados na literatura, pacientes com MM podem apresentar anemia, insuficiência renal e aumento da gamaglobulina. O paciente relatado apresentava essas características e por isso iniciou-se investigação para essa neoplasia. Ao avaliar a medula óssea com menos de 1% de plasmócitos e perfil imunofenotípico de 17,5% de linfócitos clonais com CD56 e CD38 negativos, CD19, CD23, CD20, CD5, CD79b, CD200 e CD45 positivos, foi evidenciado que não se tratava de MM e sim de outra doença linfoproliferativa crônica (segundo laudo, mais sugestivo de MW ou LLPC/LLC). A mutação L265P no gene MYD88 é associada com o diagnóstico de MW, o paciente não apresentou essa mutação. Tal fato e mais a biopsia de medula óssea normal e ausência do aumento de IgM descartaram MW. No PET-CT do paciente não foi apresentado evidências de lesões hipermetabólicas, demonstrando também ausência de massas tumorais ou linfonodomegalias. Assim, após a exclusão de MM e MW, e a comprovação de deleção do gene RB1, foi diagnosticada LLPC/LLC.

Conclusões/Considerações Finais

O caso relata uma condição atípica, devido às características que levavam a um diagnóstico de MM e que após investigação recebeu diagnóstico de gamopatia monoclonal associado a LLPC/LLC.

Palavras Chave

gamopatia monoclonal, linfoma linfocítico de pequenas células, mieloma múltiplo

Área

Clínica Médica

Categoria

Área Acadêmica

Autores

MONICA PIACENTINI LUIZON, JIVIANE BEATRIZ CUNHA BARRETO SILVA, ALINE SILVEIRA, CAMILLA SAMPAIO LEGER