Dados do Trabalho
Título
PERFIL DAS INTERNAÇOES POR PNEUMONIA – BRASIL E REGIOES.
Fundamentação/Introdução
A pneumonia é uma das principais causas de morte por doenças infecciosas em todo o mundo, representando desafio diagnóstico, de tratamento e um grave problema de saúde pública. Dentre as pneumonias, a Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) persiste como a de maior impacto, sendo a terceira causa de mortalidade no Brasil e a segunda causa de hospitalização em 2017 no país.
Objetivos
Avaliar o perfil das internações por pneumonia no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil e nas regiões brasileiras, entre 2010 e 2020.
Delineamento e Métodos
Estudo descritivo retrospectivo de abordagem quantitativa, de 2010 a 2020, retratando as internações por pneumonia no Brasil. Os dados foram coletados do Sistema de Informação em Saúde (DATASUS), utilizando as variáveis sexo, faixa etária, raça, número de internações e taxa de mortalidade.
Resultados
No período de 2010 a 2020 houve 7.041.825 internações por pneumonia no Brasil. A incidência média de internações de 2010-2020 no Brasil foi de 31 casos a cada 10.000 habitantes, no qual a Região Sul teve a maior incidência, 42 a cada 10.000 habitantes. Ao longo do período foi percebido um decréscimo anual na incidência das interações no Brasil (redução de 57,9%), no qual o ano de 2010 apresentou incidência de 40 a cada 10.000 habitantes e 2020 de 16 a cada 10.000 habitantes. A maior queda na incidência foi de 2019 a 2020 (44,8%). A faixa etária que prevaleceu no estudo foi a de crianças entre 0 e 4 anos, representando 38,0% das internações brasileiras. Além disso, 52,3% eram homens e 33,2% dos internados eram brancos. A taxa de mortalidade nas internações por pneumonia neste período foi de 8,1%, no qual o Sudeste apresentou a maior taxa com 10,7%. Enquanto o número de internações reduziu, a taxa de mortalidade aumentou progressivamente de 2010 (5,5%) até 2016 (9,3%), em todas as regiões. Em relação a taxa de mortalidade por idade houve aumento com o envelhecimento da população. A faixa etária de 1 a 4 anos têm a menor taxa, de 0,3%, e ocorre um aumento progresso ao longo dos anos até a faixa etária de 80 anos ou mais, com 22,8%.
Conclusões/Considerações finais
Apesar da redução do número de internações, possivelmente pela melhora na situação socioeconômica e acesso à saúde, programas de vacinação e critérios mais precisos para definir a necessidade de tratamento hospitalar, observou-se um aumento progressivo na taxa de mortalidade nos pacientes internados ao longo dos anos, o que pode ser justificado pela gravidade da PAC nesses pacientes. Assim, são necessárias mais pesquisas para ampliar o conhecimento sobre o perfil dos pacientes internados no Brasil e definir melhores estratégias de intervenção nos territórios, ajustando as políticas públicas em saúde conforme a necessidade local.
Palavras Chave
Pneumonia; Hospitalização; Mortalidade;
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Autores
MARIELA GOULART ADAMES, NATALIA BARBOSA, RAPHAELLA TAMBOSETTI DIAS, GILBERTO RAMOS SANDIN