16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

Tromboembolismo Pulmonar como complicação de infecção por COVID-19: Relato de caso

Fundamentação/Introdução

A COVID-19, doença respiratória aguda causada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2, está associada a um risco elevado de tromboembolismo pulmonar (TEP). A profilaxia e tratamento de TEP em pacientes com COVID-19 ainda não são um consenso na literatura médica. Publicações científicas que contribuam com informações a respeito de complicações tromboembólicas da COVID-19 aprimoram o conhecimento médico para o manejo eficiente da doença.

Objetivos

Relatar um caso clínico de TEP como complicação da COVID-19, destacando decisões terapêuticas que contribuíram para um desfecho clínico favorável.

Delineamento e Métodos

E.O.L., feminino, 56 anos, sem comorbidades, iniciou quadro com astenia e inapetência, progredindo com tosse e dispneia aos grandes esforços ao 6° dia de sintomas. No 10° dia, procurou Unidade Básica de Saúde apresentando piora da dispneia e saturação periférica de oxigênio de 75% ao ar ambiente, em franca insuficiência respiratória, o que fez necessário intubação orotraqueal (IOT) e suporte de UTI com ventilação mecânica. O laboratório de entrada revelou anemia hipocrômica, normocítica, sem alterações significativas nas séries branca e plaquetária; gasometria com acidose metabólica; hiponatremia e RT-PCR positivo para Sars-CoV-2. Foi administrado: dexametasona, ceftriaxona, azitromicina e heparina em dose profilática.

Resultados

Ao 2° dia de internação, a paciente evolui com melhora dos sinais, sendo extubada e recebendo alta para enfermaria. Ao 7° dia de internação, houve piora do quadro e nova insuficiência respiratória com IOT, sendo escalonado o antibiótico piperacilina e tazobactam, com extubação no dia seguinte. Pelo quadro de hipoxemia persistente foi solicitado d-dímero no 13° dia, que aumentou significativamente (1,02 μ/ml para 13,8 μg/ml) em relação ao 3° dia de internação. Pela indisponibilidade do exame de angiotomografia de urgência, iniciou-se a anticoagulação plena com enoxaparina de forma empírica no 15° dia de internação. No 21° dia de internação, a angiotomografia confirmou TEP bilateral e foi estratificado baixo risco pelo escore PESI. No dia seguinte, recebeu alta com rivaroxabana oral por 6 meses e prednisona por 30 dias. Dois meses após a alta, permanece apenas com grau leve de astenia.

Conclusões/Considerações Finais

O TEP é uma complicação potencialmente fatal da COVID-19. A monitorização atenta dos sinais e sintomas, aliado ao uso criterioso de anticoagulantes em dose profilática na prevenção, e dose terapêutica no tratamento, possibilita o adequado manejo do TEP em pacientes internados com COVID-19.

Palavras Chave

COVID-19; Coronavírus; Embolismo Pulmonar; Anticoagulantes.

Área

Clínica Médica

Autores

MARIELA GOULART ADAMES, GABRIEL RESUN GOMES DA SILVA, DÉBORAH MARTINS COSTA, CAMILO FERNANDES, CRISTIANE CORREIA LIMA