16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

O QUE APRENDEMOS COM O OSCE NA URGENCIA E EMERGENCIA?

Fundamentação/Introdução

Um dos maiores desafios em avaliar a formação médica é mensurar habilidades práticas, transpondo os limites do conhecimento teórico. No cenario real de Urgencia e Emergencia torna-se dificil ter um modelo seguro e padronizado de avaliação do aluno. O OSCE é um modelo de avaliação ativa e padronizada, capaz de ensinar e detectar fragilidades no ensino, mas ainda carece de estudos longitudinais.

Objetivos

Analisar a curva de aprendizagem dos estudantes de medicina com base na avaliação evolutiva de seus desempenhos nos OSCE de Urgência e Emergência.

Delineamento e Métodos

Estudo retrospectivo a partir da análise de checklists avaliativos de três OSCE consecutivos, aplicados ao longo de 2019 a alunos do sexto ano de medicina de uma Universidade do Sul do Brasil, na disciplina de Urgência e Emergência.

Resultados

Foram analisados 270 checklists, aplicados a 90 alunos. Desse grupo, 51 (56,7 pontos percentuais) eram do gênero feminino e 69 (76,7 pontos percentuais) tinham entre 23 e 26 anos. Entre o primeiro e terceiro OSCE, 67 alunos (74,4 pontos percentuais) obtiveram um acréscimo significativo na nota final, cuja mediana foi elevada em 1,5 ponto. A partir da análise da evolução por componentes – conduta, reconhecimento, interação e seguimento - observou-se aumento no percentual de acertos em conduta (15,5 pontos percentuais), manutenção em reconhecimento, decréscimo tanto em interação (19,4 pontos percentuais) quanto em seguimento (16,1 pontos percentuais).

Conclusões/Considerações finais

Ao longo do período analisado, comparativamente, o exame clínico objetivo estruturado (OSCE) revelou um aumento progressivo das notas finais, elevando a mediana e o percentual de acertos globais nas situações simuladas de urgência e emergência. Contudo, apesar deste incremento na nota final, foram encontrados diferentes desempenhos em cada um dos quatro componentes avaliados.
O componente reconhecimento teve uma taxa de acerto estável e superior a 90% pela maioria dos alunos. O componente conduta apresentou uma curva crescente ao comparar o primeiro com o último OSCE, revelando um incremento importante no aprendizado. Porém, nos dois outros componentes - interação e seguimento - houve decréscimo na curva de aprendizado.
Os diferentes desempenhos em cada um dos componentes analisados contrasta com o aumento global da nota final. Não sendo possível determinar as causas destes fenômenos, são sugeridos novos estudos com número de alunos e de OSCEs maior, bem como a análise de OSCEs em diferentes disciplinas e universidades, podendo, assim, aprofundar e solidificar o entendimento desta metodologia avaliativa de ensino.

Palavras Chave

Educação Médica; Simulação; Comunicação em Saúde; Competência Clínica; Emergência.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Positivo - Paraná - Brasil

Autores

BRUNO MAY GOMEL, AMANDA KUSTER RODERJAN, DANIEL EGG NETO, AMANDA AKEMI TANAKA, KATHERINE BESSA CHAO