16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE ANTICORPO ANTI-RO EM ESCLEROSE SISTÊMICA E A SUA INFLUÊNCIA NO PERFIL CLÍNICO DA DOENÇA

Fundamentação/Introdução

A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune do tecido conjuntivo. Nesse tipo de doença autoanticorpos têm sido úteis como marcadores de doenças e preditores de manifestações clínicas e prognóstico. Contudo, pouco se sabe sobre o papel do anticorpo anti-Ro na ES.

Objetivos

Estabelecer a prevalência do anticorpo anti-Ro na ES em uma amostra local e sua influência no perfil clínico-epidemiológico do paciente.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo observacional analítico realizado por revisão de prontuários. Como critério de inclusão, os pacientes deveriam cumprir pelo menos 9 pontos dos critérios de classificação 2013 do ACR (American College of Rheumatology) / EULAR (European Alliance of Associations for Rheumatology) para ES; ter tido início da doença depois dos 18 anos de idade e resultado do autoanticorpo anti-Ro.

Resultados

Cerca de 142 pacientes foram incluídos. A proporção mulher/homem foi de 11:1, e os pacientes eram predominantemente caucasianos, 65,67%, com mediana de idade de 55 anos e duração da doença de 11 anos. A ES predominou em sua forma limitada, com escore de Rodnan modificado com mediana de 8. Os achados mais comuns foram: presença do fenômeno de Raynaud em 97,18%; queixas articulares em 53,15%, queixas gástricas em 66,67%; 69,50% com dismotilidade esofágica e 63,57% com doença pulmonar intersticial. Quanto aos exames laboratoriais, 93,57% dos pacientes apresentaram FAN positivo, a maioria (41,86%) com padrão nuclear pontilhado fino e 37,35% com autoanticorpo anticentrômero. O anti-Ro esteve presente em 24,1% da amostra. Comparando os grupos de acordo com a presença de anti-Ro, aqueles com este autoanticorpo apresentaram maior prevalência de miosite (p=0,005), xeroftalmia (p=0,002) e síndrome de Sjögren secundária (p<0,0001) e menor envolvimento de pele (p=0,002). Quanto aos autoanticorpos, anti-La(p<0,0001) e anti-RNP (p<0,0001) estiveram associados à presença de anti-Ro; anti-centrômero (p=0,02) foi associado à sua ausência.

Conclusões/Considerações finais

24,1% dos pacientes com ES apresentaram anti-Ro positivo. Esse marcador foi relacionado a maior prevalência de miosite, xeroftalmia, síndrome de Sjögren secundária e menor índice de espessamento cutâneo. Anti-Ro presente era indicativo da presença de anti-La e anti-RNP, mas ausência de anti-centrômero.

Palavras Chave

Escleroderma Sistêmico. Anticorpos Antinucleares. Autoimunidade.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

REBECA LOUREIRO REBOUÇAS, ARIADNA LORRANE ROMUALDO, MARIANE MARTINS BALDUINO, THELMA LAROCCA SKARE