16º Congresso Brasileiro de Clínica Médica

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE ÚLCERA ESOFÁGICA EM ESÔFAGO DE BARRETT: COMPLICAÇÃO DIGESTIVA DE COVID-19?

Fundamentação/Introdução

Introdução/Fundamentos: Pacientes com esôfago de Barrett (EB) tem a expressão de receptores da enzima conversora de angiotensina aumentada em relação ao esôfago de pacientes sem a doença, e o vírus SARS-CoV-2 utiliza preferencialmente esses receptores como via de entrada no organismo. É possível que indivíduos acometidos pelo EB desenvolvam úlceras esofágicas como manifestação grave da COVID-19.

Objetivos

Objetivos: Relatar caso clínico sobre úlcera esofágica como possível manifestação digestiva da COVID-19 em paciente com EB.

Delineamento e Métodos

Descrição do caso: Paciente masculino, 43 anos, branco, com histórico de fundoplicatura por doença do refluxo gastroesofágico há 20 anos. Há dois anos apresentou hemorragia digestiva alta e a endoscopia digestiva alta (EDA) mostrou achados compatíveis com EB e fundoplicatura torcida com áreas isquêmicas ulceradas. Foi submetido à ressecção cirúrgica das áreas isquêmicas e reconfecção da fundoplicatura. Há um ano, na reavaliação, estava assintomático, em uso contínuo de Lansoprazol 30 miligramas (mg). Em abril de 2021, diagnosticado com um quadro brando de COVID-19. Após 5 dias do diagnóstico, referiu odinofagia intensa, disfagia, soluços e vômitos, na vigência de uso de Lansoprazol 30 mg. Mencionou também mialgia, artralgia e cefaleia. Negou uso de anti-inflamatórios. Foi medicado com antiácidos e Esomeprazol 40 mg. Houve piora da odinofagia, vômitos escuros e perda de 5 quilogramas. A EDA constatou extensa úlcera esofágica aguda, pouco escavada, no terço distal do esôfago, na área correspondente ao EB. Iniciou Esomeprazol 40 mg e Sucralfato 2 gramas, duas vezes ao dia.

Resultados

Paciente voltou a se alimentar após três dias e houve regressão completa da úlcera esofágica após 30 dias do início do quadro, evidenciada em nova EDA. O paciente permanece assintomático, com manutenção de Esomeprazol 40 mg/dia.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões/Considerações Finais: O acompanhamento deste paciente devido ao problema gastrointestinal prévio possibilitou a identificação precoce da úlcera esofágica e o tratamento adequado em tempo hábil. Sugere-se que pacientes com EB poderiam ser mais vulneráveis a esse tipo de complicação (úlcera esofágica aguda) mesmo num quadro brando de COVID-19.

Palavras Chave

Úlcera esofágica; Esôfago de Barrett; COVID-19.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

MORANA PAVINATO, SIMONE HECKLER DE LIMA, RAFAEL FRIZZO FAVERO, JUCÉLI MÁRCIA HENDGES SPARVOLI, ANTONIO CARDOSO SPARVOLI