Dados do Trabalho
Título
Malformação arteriovenosa intracraniana em adulto jovem: um diagnóstico diferencial da neoplasia glial
Fundamentação/Introdução
Malformações arteriovenosas intracranianas (MAVs) são caracterizadas por emaranhados de vasos contendo fístulas entre artérias e veias. Lesões supratentoriais são responsáveis por 90% das MAVs cerebrais. Geralmente ocorrem como lesões únicas e em jovens adultos. Destaca-se como manifestação clínica a hemorragiaintracranial, convulsões e déficit neurológico focal. 10-20% podem ser achados incidentais. As MAVs podem estar associadas a neoplasias gliais e apresentarem sintomas semelhantes.
Objetivos
Descrever achados clínicos, laboratoriais, imagiológicos e histológicos das MAVs como um diagnóstico diferencial de neoplasia glial.
Delineamento e Métodos
Relato de Caso
Resultados
Paciente masculino, 14 anos, com cefaleia holocraniana e dificuldade no aprendizado escolar. Histórico prévio de convulsão febril. História familiar de epilepsia. Ao exame físico: redução da força em membro superior esquerdo e lentidão psíquica. Tomografia computadorizada (TC) de crânio: área hipodensa, comprometimento da região núcleo capsular tálamo, pedúnculo cerebral a esquerda com componente hemorrágico central, com efeito de massa sobre o ventrículo lateral esquerdo e III ventrículo com desvio de linha média e sinais de obstrução de drenagem liquórica. Em laboratoriais o liquor era límpido, baixa celularidade, proteínas 69, cloretos 131, glicose 56, glicemia 85; sorologias de HIV, hepatites, toxoplasmose e sífilis não reagentes. A Ressonância magnética de crânio sugeriu lesão expansiva intra-axial de limites mal definidos, comprometendo região núcleo capsular, tálamo, pedúnculo cerebral e região hipotálamo-quiasmática a esquerda, considerando-se neoplasia glial. Realizou-se ressecção da lesão. O exame Imuno-histoquímico evidenciou malformação arteriovenosa com CD23 QDEnd 10 positivo em vasos, ERG EP111 positivo em vasos e Ki67 SP6 positivo em menos de 1%.
Conclusões/Considerações Finais
Um importante diagnóstico diferencial das MAVs é a neoplasia glial. A associação entre ambas é rara. As manifestações clínicas podem ser semelhantes. Ademais, neuroimagem pode apresentar processo expansivo sem suspeita de MAVs. Assim, conhecer ambas as patologias é necessário para o manejo ideal e definição prognóstica.
Palavras Chave
Malformação arteriovenosa intracraniana, neoplasias gliais, neurologia, adulto jovem.
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Instituições
Universidade de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
BRUNA SIQUEIRA, SAMANTHA LIA ZIOTTI BOHN GONÇALVES SOARES, ALINE CALDART TREGNAGO , MORGANA SCHWINGEL MACHADO, RAUL CASSINA