Dados do Trabalho
Título
Paracoccidioidomicose disseminada em idoso: relato de caso
Fundamentação/Introdução
A paracoccidioidomicose (PMC) é uma micose sistêmica granulomatosa causada por fungos da espécie P. brasiliensis que, uma vez inalados, originam formas leveduriformes parasitárias. O contágio costuma acontecer entre os 10 a 20 anos de idade, porém sua manifestação é geralmente entre os 30 a 50 anos. A PMC atinge os pulmões, a pele e as mucosas. A forma clínica localizada é a mais comum em adultos, sendo de incidência maior em homens, porém até 5% dos pacientes podem manifestar a forma disseminada. O diagnóstico é por técnicas sorológicas, visualização microscópica de elementos fúngicos sugestivos de Paraccocidioides sp ou de sua cultura.
Objetivos
O objetivo deste relato é avaliar as manifestações clínicas da forma rara de PMC disseminada em paciente idoso e contribuir para futuros diagnósticos da doença.
Delineamento e Métodos
Paciente do sexo feminino, 75 anos. Admitida em UBS com lesões crostosas em face há um mês: inicialmente eram múltiplas manchas vermelhas em região mandibular a retroauricular esquerda de 0,2 cm que progrediram para crostas com surgimento em região frontal de duas placas hipereceratóricas bem delimitadas de 1 cm de diâmetro. Apresentava astenia, hiporexia, perda ponderal, distensão abdominal e linfonodomegalia generalizada, associadas a febre, anemia normocítica e normocrômica e VHS de 114. Em uso de losartana, atenolol e digoxina por comorbidades prévias e portadora de marca-passo cardíaco. A paciente foi encaminhada ao ambulatório clínico de especialidades, aonde foi realizada a biópsia das lesões que comprovou dermatite granulomatosa com supuração central sem necrose. A coloração de Grocott revelou estruturas compatíveis com Paracoccidioides sp.
Resultados
Foi iniciado sulfametoxazol e trimetoprima, mas com piora da anemia e assim substituído por Itraconazol 200mg ao dia. Após um mês houve discreta melhora das lesões e da adenomegalia. A tomografia revelou traves fibróticas nas bases pulmonares, espessamentos pleurais e incisionais em base direita, hepatomegalia e ascite discreta. Manteve-se o uso de itraconazol por mais quatro meses, com ganho de 5 kg, diminuição das lesões cutâneas e melhora da anemia, porém com aparecimento de secreção e crostas nasais. A paciente mantém uso da medicação e realiza retornos periódicos para acompanhamento.
Conclusões/Considerações Finais
A PMC é uma doença de alta prevalência, ocupando o oitavo lugar dentre as doenças infecciosas crônicas. Assim, o relato de caso reflete a importância do reconhecimento e diagnóstico antecipado da PMC para um manejo e tratamento precoce.
Palavras Chave
Paracoccidioidomicose, Anemia, Doença Infecciosa, Dermatopatias
Área
Clínica Médica
Categoria
Área Acadêmica
Instituições
Ambulatório Médico de Especialidades de Barretos - São Paulo - Brasil, Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos, Dr. Paulo Prata - FACISB - São Paulo - Brasil
Autores
VANESSA MONTEIRO OLIVEIRA, VANESSA SOARES DE OLIVEIRA E ALMEIDA, GIULIA FRANCIS BADINI, ISADORA ALVES SILVA DEBS PROCÓPIO, MARIANA SORRENTI BERBEL